Será realizado de 25 a 28 de maio, no Centro de Convenções e Eventos de Cascavel, região Oeste do Paraná, o 4.º Encontro da Jornada de Agroecologia, com expectativa de reunir seis mil pessoas, na sua maioria agricultores familiares e camponeses, além de técnicos e acadêmicos. O enfoque desta edição será a definição de políticas públicas voltadas para agroecologia, especialmente nas áreas de crédito rural, pesquisa, assistência técnica e extensão rural, agroindustrialização e educação para o campo, além daqueles ligados diretamente ao lema da jornada: "Terra Livre de Transgênicos e Sem Agrotóxicos".

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A Jornada de Agroecologia é uma articulação permanente de entidades ligadas ao campesinato ? como o MST, a Comissão Pastoral da Terra (CPT-PR), o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), das mulheres camponesas (MMC) e dos atingidos por barragens (MAB e CRABI) ?, ao movimento sindical da agricultura familiar ? como A Fetraf-Sul/CUT e os sindicatos de trabalhadores rurais ?, às associações e cooperativas de produção (Aopa, Capa, Rede Ecovida) e de crédito (Sistema Cresol), as ONG’s que atuam nestes setores, é o caso do Terra de Direitos, do Deser, da AS-PTA, da Assesoar, da Fundação Rureco, do Instituto Equipe e do IAF, e, também, ligadas aos fóruns microrregionais de entidades.

Programação

A abertura oficial acontecerá na quarta-feira (25), às 13h30, seguida de uma marcha dos participantes do evento pelas ruas da cidade de Cascavel, na qual será defendido o status do Paraná como uma referência em agroecologia e área livre de transgênicos. A Jornada quer cobrar, também, a aplicação da legislação brasileira, que determina que os alimentos geneticamente modificados ou que possuam mais de 1% de matéria-prima transgênica em sua composição sejam rotulados.

No segundo dia (26), os debates se darão em torno da análise do modelo atual de desenvolvimento, pautada no agronegócio, nas estratégias das grandes empresas transnacionais e no aumento desenfreado do desmatamento. Os palestrantes desse dia são Sílvia Ribeiro, da ONG ETC ? Erosão, Tecnologia e Concentração ?, com sede no Canadá e no México, que detém uma opinião crítica do monopólio da vida pelas empresas transnacionais, e João Pedro Stédile, representante do movimento internacional Via Campesina no Brasil e membro da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST). Acontecerão ainda dez oficinas temáticas e atividades culturais.

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Na sexta-feira (27), acontecerão as formulações de propostas de políticas públicas para a agroecologia na agricultura familiar e, para isso, as palestras abordarão o conceito de agroecologia, o significado dessa proposta para a vida e sobre como enfrentar o monopólio das transnacionais dos trangênicos, dos agrotóxicos e, agora, da nanotecnologia. Cerca de 17 oficinas discutirão essas propostas de políticas públicas.