O Paraná está há três anos sem registrar qualquer invasão de fazenda por parte do Movimento dos Sem Terra. A última invasão aconteceu em 1999 e, daquele ano até agora, 25 propriedades das 325 invadidas no Estado desde 1989 continuavam sem solução. A informação está contida em levantamento realizado pela Federação da Agricultura do Paraná (Faep). O maior número de invasões foi registrado em 1998 (69). Segundo o documento da Faep, essas 25 propriedades estão em “situação ainda sem solução, resultado de antigas invasões, a maior parte em negociação com o Incra ou com processos judiciais implementados, os quais exigem o cumprimento dos prazos legais”.
A Faep demonstra preocupação com a situação, mesmo reconhecendo o comportamento das autoridades governamentais. “Novas escaladas de violência poderão ser desencadeadas pelo MST, caso o governo Federal, de uma vez por todas, não mude os rumos e a gestão deste processo de reforma agrária, o qual a cada dia demonstra sua incompatibilidade com a realidade rural brasileira”.
Todas as invasões que ainda continuam no Estado, aconteceram antes de 1999. São elas: a fazenda Formigas, no município de Ibema, em 1989; Bom Sucesso, em Sapopema, em 1995; Doralúcia, em Cruzeiro do Sul, de 1996; Araupel, de 1996, no município de Quedas do Iguaçu; São Vicente, de São João do Caiuá, de 1996; Corumbataí/Sete Mil, de Jardim Alegre, invadida em 1997; Cinco Casas, também de 1997, em Mato Rico; Porangaba II, de 1997, em Querência do Norte; Mitacoré, de 1997, em São Miguel do Iguaçu; Império, de 1998, em Cândido de Abreu; São João, de 1998, em Marluz; Laranjeiras/Santa Rita, de 1998, em Porto Barreiro; Santa Isabel, de 1998, no município de Ramilândia; Jaciretã, de 1998, no município de Renascença; Figueira Branca, de 1998, em Santa Inês; de Cascavel, em 1999, a Fazenda Refopaz; Cajati/São Domingos, de 1999, em Guarapuava; Leonópolis/Fazenda Velha e São João, de Inácio Martins; Perdigão, de Querência do Norte; Casa Amarela, em 1999, também em Ramilândia e Perpétuo Socorro, em Santa Maria do Oeste. No total, são 35.463 hectares que permanecem invadidos no Estado.