Estado espera por solução para a aftosa

A Instrução Normativa n.º 36, publicada pelo Ministério da Agricultura na última quinta-feira, resolve apenas parte dos problemas do Paraná no que diz respeito à suspeita de febre aftosa. A opinião é do assessor da Federação da Agricultura no Estado do Paraná (Faep), Carlos Albuquerque. ?Resolve parte do problema local, mas não resolve o problema do Estado. Temos é que acabar com a restrição total, e isso só vamos conseguir com o laudo definitivo atestando que o Paraná é área livre de aftosa?, afirmou.

Conforme a IN 36, que revogou a IN 34, a área de risco no Paraná passa a abranger apenas um raio de 10 quilômetros a partir das quatro propriedades – localizadas em Maringá, Amaporã, Grandes Rios e Loanda – que foram alvo de suspeita de aftosa. Até então, 36 municípios daquela região eram considerados de risco sanitário.

?Naquela região, muda bastante coisa. Mas no Paraná temos que acabar com a restrição total?, afirmou Albuquerque. Para ele, com a coleta de novo material em 211 animais que tiveram contato com animais do Mato Grosso do Sul, a expectativa é que o impasse se resolva já na semana que vem.

Primeiro passo

Para o assessor econômico do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Paraná (Sindicarnes-PR), Gustavo Fanaya, a Instrução Normativa n.º 36, flexibilizando as áreas de risco sanitário do Paraná, é apenas o primeiro passo para pôr fim aos recentes impasses entre os governos estadual e federal. ?Prova que o nível de negociação voltou ao seu patamar mais alto e que a confiança mútua voltou a existir?, afirmou.

Segundo ele, o documento contempla exatamente o que havia sido acordado entre as partes no último sábado, durante reunião na fazenda do ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, no interior de São Paulo. ?O que a gente pediu era a redução da área de risco sanitário e que pudesse haver comércio mesmo sem o certificado do Serviço de Inspeção Federal (SIF), o que foi atendido?, afirmou.

A expectativa agora é quanto à flexibilização por parte de São Paulo. De acordo com Fanaya, o Estado vizinho poderá impor restrições aos produtos do Paraná, embora não tenha sido esse o pré-acordo estabelecido.

Para o economista, a IN 36 resolve 80% do trânsito interno. ?Os outros 20% virão a partir de quando concluírem os exames laboratoriais, que vão começar hoje (ontem) em Belém do Pará.? Numa expectativa otimista, Fanaya acredita que os resultados fiquem prontos em até dez dias. ?As exigências técnicas foram muito claras quanto à forma de coleta, do acondicionamento do material. Tudo para evitar que algumas amostras cheguem comprometidas e também para não gerar novos atrasos?, disse. Numa visão pessimista, Fanaya prevê que os resultados saiam entre 15 e 20 dias.

?Já estou prevendo que serão negativos. A partir daí, iremos pleitear aos importadores que incluíram o Paraná no embargo (caso da União Européia) flexibilizem?, adiantou. O fim da greve dos fiscais federais agropecuários, de acordo com o economista, também deve contribuir para o fim da crise. ?Acelera não só a garantia do trabalho, mas restaura a imagem do País lá fora?, arrematou.

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