São Paulo – O elevado gasto público tem levado o Brasil a uma condição de ?subdesempenho? na expansão da economia, quando comparado aos demais países da sigla Bric (Rússia, Índia e China). A avaliação foi feita ontem pelo presidente mundial da Philips, Gerard Kleisterlee, durante almoço do Grupo de Líderes Empresariais (Lide), realizado no Hotel Hilton, em São Paulo.

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?O inchamento do governo brasileiro e do funcionalismo público impede que os consumidores se expandam de maneira melhor no País?, opinou o empresário. Ao mesmo tempo, Kleisterlee enfatizou que, entre os Brics, o Brasil tem obtido desempenho inferior, principalmente quando comparado aos investimentos da China, ao consumo interno da Índia e à expansão de receita trazida à Rússia pelos mercados de petróleo e gás.

De toda forma, em entrevista coletiva à imprensa, o presidente mundial da Philips ressaltou que a economia brasileira deve ser considerada ?bastante bem desenvolvida?, sobretudo quando comparada a alguns países asiáticos, onde a renda per capita não ultrapassa US$ 3 mil ao ano. ?Se tomarmos a participação do poder aquisitivo do mercado brasileiro, chegaremos a um montante de US$ 10 mil (ao ano), um mercado muito importante e atraente, onde todos têm que estar?, ponderou.

Durante a palestra, Kleisterlle recomendou aos empresários brasileiros que não temam a China e priorizem a fabricação de produtos de maior valor agregado, valendo-se do conhecimento brasileiro. ?Não vejo porque temer a China. A China é barata por ter oferta muito grande de mão-de-obra, e são os maiores parceiros comerciais europeus, sendo que a Europa tem superávit comercial com os chineses?, declarou Kleisterlee, diante de perguntas de empresários brasileiros, que se revelavam temerosos da atuação chinesa no mercado global.

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Segundo o presidente mundial da Philips, é ?natural? que a China se mostre competitiva na produção de eletrônicos, têxteis, calçados e roupas de baixo custo, mas, por outro lado, são demandantes de produtos mais sofisticados e de maior valor agregado. ?Não tentem fazer o que a China faz melhor e mais barato. Tentem focar no que a China não faz, porque esta é a sua vantagem competitiva?, aconselhou.

Depois, na entrevista, Kleisterlee exemplificou, na atuação da Embraer no mercado chinês, a materialização de suas recomendações. ?O Brasil tem um caso bem-sucedido que é o da Embraer, de captar mercado global, se prevenir com a China, e realizar a montagem de aviões na China e exportar componentes brasileiros?, citou.

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