Os dados das exportações paranaenses de setembro, divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), já alimentam previsões de que as vendas ao exterior, este ano, ultrapassem o total do ano passado.
No último mês, as transações totalizaram US$ 1,35 bilhões e fizeram com que as vendas acumuladas no ano atingissem os US$ 10,65 bilhões, superando em quase 21% a marca atingida no mesmo período de 2009.
Apesar do avanço em relação ao ano passado, a balança comercial paranaense fechou o mês de setembro no vermelho, depois de ter experimentado seis saldos positivos seguidos.
Isso porque, ao mesmo tempo que as exportações diminuíram 7% em relação a agosto, as importações aumentaram 0,7%, para US$ 1,38 bilhões. Assim, o saldo da balança fechou em US$ 35,4 milhões negativos.
Entre os produtos, a campeã das exportações, entre janeiro e setembro, é a soja em grão. A exemplo do que ocorria na mesma época, no ano passado, o item responde por quase 21% de todas as vendas paranaenses ao exterior.
A diferença é que, este ano, as vendas estão 21,8% melhores. Já são quase US$ 2,22 bilhões exportados, contra US$ 1,82 bilhões no mesmo período de 2009. A quantidade também aumentou significativamente, chegando perto dos 6 milhões de toneladas, contra 4,6 milhões entre janeiro e setembro de 2009.
O principal destino das exportações do Estado no ano vem sendo a China (20,2% de participação), seguida da Argentina (11%). Como o escoamento da safra acontece pelo porto de Paranaguá, o município é o que responde pelo maior valor exportado no ano, até agora, com US$ 3,29 bilhões.
São José dos Pinhais, Maringá, Curitiba e Ponta Grossa vêm em seguida. Entre as cinco empresas que mais exportam, a Renault aparece em primeiro lugar, mas é seguida por quatro do agronegócio ou do ramo alimentício: a Coamo, a Cargill, a Bunge e a Sadia.
Superação
O secretário estadual da Indústria, do Comércio e Assuntos do Mercosul, Virgílio Moreira Filho, afirmou que as vendas internacionais paranaenses deverão superar a balança comercial de 2009.
“No ano passado, tivemos queda de 26,39% sobre o ano anterior e totalizamos exportações de US$ 11,22 bilhões”, disse. “Superamos a crise econômica internacional e avançamos de modo significativo”, concluiu.
Em relação à alta nas importações, o secretário de Comércio Exterior do Mdic, Welber Barral, explicou que deriva do aquecimento do mercado doméstico e o aumento das exportações. “Quanto mais aumentarmos as exportações, mais aumentaremos as importações, porque 50% da importação é insumo”, declarou.