O resultado do vestibular da Universidade Federal do Paraná (UFPR) saiu na quarta-feira e com ele foi aberta oficialmente a temporada de caça aos imóveis de um ou dois dormitórios disponíveis na capital para locação. A disputa é ainda mais acirrada nos endereços aos arredores das universidades e na região central. E mesmo com a correria que ronda o mercado até o Carnaval, o período pode ser marcado por ótimos negócios tanto para quem vai ocupar o imóvel, quanto para quem vai locar. Para isso, deve-se ter em mente que reservar um ou dois dias para bater o martelo na decisão poupará também, meses de insatisfação ou uma multa pesada, em um eventual rompimento de contrato.
“A indecisão custa alto. Certa vez, o cliente já havia se mudado para o imóvel, quando resolveu que seria mais interessante comprar um apartamento. Fazia menos de 15 dias que o contrato tinha iniciado e foi impossível livrá-lo da multa”, conta a gerente geral da Senzala Imóveis, Augusta R. Coutinho Loch. Lógico que ponderar não significa postergar por tempo indeterminado a procura por um imóvel, principalmente no caso de mudança de cidade. Aliás, na contramão de anos anteriores, para algumas imobiliárias que atendem esse tipo de público, dezembro surpreendeu pela procura fora de época. Teve estabelecimento que registrou um crescimento de até 20% no volume de locações de quitinetes e apartamentos de até dois dormitórios.
Pelos dados mais recentes do acompanhamento mensal do Instituto Paranaense de Pesquisas do Mercado Imobiliário e Condominial (Inpespar), a capital conta com pouco mais de 600 imóveis de um dormitório e outros 900 de dois dormitórios para a locação. Desse total 70% dos imóveis estão situados na região central da cidade e nos arredores das principais universidades de Curitiba. Já o valor cobrado pelos aluguéis varia bastante de R$ 400 a R$ 1,7 mil. E uma série de fatores interfere no preço, da vaga de garagem a atenção dispensada a aspectos como decoração, mobília e eletrodomésticos disponibilizados nos imóveis.
É nesse aspecto que a outra ponta do negócio, o proprietário, pode ampliar consideravelmente seus ganhos, lançando mão de certos cuidados certos cuidados que agregam valor ao patrimônio e no valor cobrado pelo aluguel. “Costumo indicar aos proprietários desse tipo de imóvel que invistam no imóvel.
Normalmente, quem vem estudar não quer se preocupar e até mesmo gastar com mobílias e linha branca de eletrodomésticos e acaba aceitando pagar um a mais por esse diferencial”, recomenda Augusta. “Um mesmo apartamento que loco por R$ 500, quando vazio, chego a R$ 1 mil, se bem mobiliado”, compara. Entretanto, ela chama atenção para o fato de que ninguém quer morar cercado de sucata e aparelhos que dão defeito. “Se o imóvel for um depósito de coisas mal cuidadas é melhor local vazio”, explica.
Outro item que faz a diferença é o quesito garagem que aumenta entre 20% e 30% o valor cobrado no aluguel. “No Centro, esse valor a mais é bem aproveitado, já que você não encontra um espaço para deixar o carro como mensalista por menos de R$ 150”.
Dividir apartamentos
De acordo com o presidente do Inpespar, Luiz Fernando Gottschild, pela última pesquisa, Curitiba conta com um total 6,2 mil imóveis disponíveis para locação em Curitiba, sendo que pouco mais de mil se enquadram no alvo principal de quem vem para a capital estudar. “Por essa razão, há muitos pais com filhos na mesma idade e da mesma cidade que optam por apartamentos maiores e que, dividido em mais pessoas, acaba se tornando mais econômico”, indica. Além disso, o desconforto de encontrar um fiador acaba se resolvendo entre os pais já que um deles assina o contrato como inquilino e o outro como fiador.
Todavia, os especialistas chamam atenção para que antes da escolha do imóvel, os futuros moradores também procurem conhecer o perfil do prédio. “Se quem for morar costuma fazer reuniões e festas, é importante verificar como são os hábitos de quem está no prédio há mais tempo para evitar situações desagradáveis”, aponta Augusta.