Vice-presidente da Comissão Europeia, Jyrki Katainen afirmou nesta quarta-feira no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, esperar que todos os países da União Europeia sejam excluídos das tarifas à importação dos Estados Unidos ao aço e ao alumínio. “A UE e os EUA são fortes aliados históricos”, lembrou. “Nós acreditamos e defendemos uma economia de mercado sem distorções, bem como aberta, baseada em regras e com comércio justo.”
Katainen afirma que, nos últimos anos, os Estados Unidos e a UE sofrem com o dumping de outros países no comércio de alumínio e do aço, “em grande parte da Ásia”. Segundo ele, isso ocorre em grande medida por causa do excesso de capacidade, sobretudo da China, impulsionado por grandes subsídios domésticos. Como resposta, o bloco europeu e os americanos adotaram tarifas antidumping contra o aço e o alumínio da China, o que é autorizado pela Organização Mundial de Comércio (OMC). Para a autoridade europeia, o problema ainda existe e por isso as autoridades continuam a enfrentá-lo.
O vice da Comissão Europeia, porém, ressalta que a UE deve ser excluída das novas tarifas dos EUA. “Nós acreditamos que nossas exportações não causam qualquer ameaça à segurança dos EUA”, afirmou, rebatendo a argumentação dada pelo presidente americano, Donald Trump, para justificar a medida.
A comissária Cecilia Malmström, por sua vez, lembrou no mesmo evento que as tarifas dos EUA devem entrar em vigor na noite entre 22 e 23 de março. Ela lamentou sua adoção e disse que as tarifas baseadas na segurança nacional podem minar o sistema de comércio multilateral. Segundo ela, as autoridades americanas presentes em uma reunião no último sábado não deram clareza sobre a possível exclusão da UE das tarifas. As duas partes seguem em contato em busca de mais clareza, acrescentou.
Malmström disse que a UE pode acionar a OMC, caso seja de fato afetada pelas tarifas. Lembrou, porém, que um processo do tipo leva tempo, por isso o bloco avalia ações mais imediatas. A UE ainda irá proteger seu mercado do excesso de importações de aço e alumínio, acrescentou, caso os EUA se fechem. Segundo ela, o bloco europeu “suspeita” que a medida americana não é baseada em considerações sobre a segurança nacional, mas sim uma salvaguarda econômica disfarçada. A comissária europeia disse que o bloco quer evitar uma escalada nessa disputa e não deseja uma guerra comercial, “mas temos de proteger os interesses de nossos cidadãos e nossos empregos”.