O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, voltou a afirmar nesta segunda-feira, 01, que o governo espera uma retomada do crescimento a partir do final deste ano, com mais ênfase em 2016. Durante seminário de política fiscal na Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV/EESP), ele também comentou que a inflação ficará um pouco mais alta em 2015, mas cairá no ano que vem.

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“Estamos em um momento em que medidas adicionais de estímulo não teriam efeito expansionista. Precisamos restabelecer o equilíbrio fiscal e combater a inflação para recuperar o crescimento econômico, por mais paradoxal que pareça”, afirmou. Mesmo assim, o ministro deixou claro que a estratégia do governo não se restringe a isso. “É uma condição essencial, mas não suficiente” para o crescimento, explicou, citando ações para estimular investimentos e ganhos de produtividade.

Barbosa lembrou que é possível atuar sobre a produtividade tanto pelo âmbito da oferta como pela ótica da demanda. “Se você aumenta investimento, isso também eleva a demanda”. Ele afirmou que a taxa de investimento deve cair abaixo de 20% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, mas voltará a superar essa marca em 2017 e possivelmente até antes. “Com o plano de concessões a recuperação do investimento pode ser um pouco mais rápida”.

Ajuste fiscal

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O ministro afirmou ainda que o ajuste fiscal proposto pelo governo é mais ou menos intermediário em relação ao debate macroeconômico. “O ajuste não será tão rápido quanto uns desejam, nem tão lento como outros acreditam”, disse ele.

Em sua fala, Barbosa procurou argumentar que o ajuste fiscal brasileiro é gradual, tanto que a meta de superávit primário para este ano foi reduzida para 1,2% (que depois virou 1,1% com a revisão no PIB promovida pelo IBGE), ante o inicialmente previsto pelo governo ano passado.

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Ele também contextualizou o esforço de consolidação fiscal no Brasil em relação a outros países. O ministro lembrou que o mundo inteiro vem promovendo um esforço de ajuste fiscal passada a crise financeira internacional de 2008, mas em diferentes velocidades. “O Brasil está elevando gradualmente seu resultado primário para garantir estabilidade macroeconomia e viabilizar a recuperação do crescimento de modo sustentável”, explicou.

Barbosa também comentou sobre o contingenciamento no Orçamento anunciado recentemente, que totaliza R$ 69,9 bilhões. Segundo ele, houve uma revisão para baixo nas previsões de receita, de quase R$ 65 bilhões. Além disso, as projeções para as despesas obrigatórias cresceram R$ 4,8 bilhões. Segundo ele, as despesas obrigatórias crescem em média o equivalente a 0,5 ponto porcentual do PIB, então foi preciso promover um corte de magnitude semelhante nos gastos discricionários. “Assim, a despesa total ficará relativamente estável em relação ao ano passado, quando medida em porcentual do PIB”.