Os números e as propostas de geração de emprego que alimentam o debate entre os presidenciáveis José Serra (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) podem ser divergentes, mas os especialistas que defendem as duas proposições são unânimes em um ponto: ?Não dá para fazer mágica.? A avaliação é dos economistas José Pastore, um dos maiores especialistas em emprego do País e que apóia o programa de José Serra, e Márcio Pochmann, um dos responsáveis pelo programa de geração de emprego de Lula.
Apesar da convergência sobre a necessidade de vincular a questão do emprego a propostas concretas e não a proposições miraculosas, José Pastore acredita que há uma diferença fundamental entre os projetos de geração de emprego dos dois presidenciáveis. Segundo o professor, além de mostrar como fazer Serra pretende criar ?postos de trabalho?, enquanto Lula promete 10 milhões de ?vínculos empregatícios?. Para ele, ?essa é uma diferença bem maior do que os números das propostas dos dois candidatos?.
Pastore disse que fez uma análise técnica das duas propostas e concluiu que a do tucano é a única que trata do universo formal (emprego) e do informal (trabalho). ?O Serra está propondo a geração de 8 milhões de oportunidades de trabalho, porque uma grande parte será emprego, e a outra será trabalho.? Além disso, ele destaca a proposta do tucano de criação de uma Previdência Social Especial para quem está no mundo do trabalho, com alíquotas menores.