A segunda parcela do 13.º salário caiu na conta dos assalariados paranaenses ontem, mas antes que ocorra uma saída desenfreada pelas últimas compras natalinas, vale parar para pensar em um futuro bem próximo. O mês de janeiro é marcado por gastos extras que não podem ser esquecidos, como o IPTU, o IPVA e as matrículas e compras de material escolar. Se não for feita uma reserva para essas contas, a inadimplência é inevitável
A advogada do Procon, Marta Favreto Paim, confirma que é comum o aumento de inadimplentes após as festas de final de ano, que costumam ser emendadas com as férias. ?O número dos devedores praticamente dobra nos primeiros meses do ano?, explica. O poder público, ciente do problema, até passou a permitir o parcelamento de taxas como IPVA e IPTU. Porém os gastos escolares e os reflexos indigestos dos gastos excessivos no final do ano e férias são inevitáveis. ?Não bastassem as contas de janeiro, as pessoas se empolgam em dezembro com as facilidades de parcelamento dadas pelas lojas e soltam muitos pré-datados. Só que quando somados, os valores ficam além do que o consumidor pode cobrir?.
Justamente por isso, a palavra de ordem é prevenir para não ter que recorrer a empréstimos e mais dívidas, ou até mesmo evitar o Serviço de Proteção ao Crédito (Seproc).
O economista Gérson Lima, vice-presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon), dá dicas simples que podem evitar o revés futuro. ?A palavra chave é planejamento. O ideal é que a pessoa anote tudo o que já gastou e tudo o que terá que gastar em janeiro?, diz. Vale colocar notas de cartão de crédito em lugar visível, bem como os canhotos de talões de cheque.
Ao sair para realizar as últimas compras, o ideal é que o cartão de crédito e o talão de cheques fique em casa. ?As compras de final de ano têm que funcionar como compras de mercado: com listas. Então o ideal é que se faça uma pesquisa antes para que não se compre além do necessário, fugindo das tentações?.
Nas férias, o controle também deve ser rigoroso, com anotações diárias dos gastos. ?Por estar em descanso, o cidadão relaxa também nas contas e quando as férias acabam, começam os problemas. Com o dinheiro, todo o cuidado é pouco?. (Gisele Rech)