O salário não dura até o fim do mês, a inflação corrói sua renda e as dívidas não te deixam dormir tranquilo. Mas a boa notícia é que a segunda quinzena de janeiro mal começou, e ainda dá tempo de mudar esse quadro para escapar do vermelho em 2016. Com a economia em recessão, juros lá em cima e o fantasma do desemprego, é indispensável ter disciplina e estratégia. Que não se deve gastar mais do que se ganha, todo mundo sabe. Entretanto, permanece a dúvida: como colocar isso em prática?
O primeiro passo, orientam especialistas, é se organizar. Liste tudo que você gasta, ganha e deve. “O erro das pessoas é anotar somente as despesas, aí chega um momento que elas percebem que gastaram mais do que podiam”, diz o consultor e especialista em finanças Emerson Fabris. Planejar o que será gasto em cada uma das contas, mês a mês, é essencial para não se endividar. “Se você vai ter que pagar o seguro do carro em maio, projete isso no orçamento. Se não, chega maio e você não tem esse dinheiro, além de já ter várias parcelas do cartão de crédito”, alerta.
Depois de lançar todas as despesas, dívidas e receitas, compare o que entra e o que sai. “Se ganho R$ 2 mil e estou gastando R$ 2,2 mil, está errado. Alguma ‘gordura’ terá de ser cortada”, avisa o economista e conselheiro do Conselho Regional de Economia do Paraná (Corecon PR) Carlos Magno.
Para reduzir gastos, é preciso ter em mente que hábitos terão de ser mudados. “Comer fora menos vezes, optar por uma marca mais barata, fazer uma lista de supermercado mais enxuta, gastar menos água, luz, gás e gasolina”, exemplifica o escritor e consultor financeiro Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin). Com essas pequenas medidas, é possível reduzir até 20% dos gastos mensais, garante ele.
Envolva a família na economia
Diminuir custos é a parte mais dolorosa da organização financeira, justamente por envolver mudanças de comportamento. Mas, se toda a família estiver comprometida com esse intento, são maiores as chances de ele dar certo. Para motivar os entes queridos a economizar, foque nos sonhos. “Reúna todo mundo e tome decisões em conjunto. Defina os objetivos: um videogame para os filhos, trocar de carro daqui a três anos, uma viagem de férias. A partir daí, veja de onde vai sair o dinheiro para realizar essas metas”, explica Domingos.
O presidente da Abefin recomenda deixar na conta corrente somente o montante que será destinado para as despesas e pagamento de dívidas. Todo o restante deve ser aplicado em investimentos de curto, médio ou longo prazo, de acordo com os sonhos que você estabeleceu junto com sua família.