Brasília (ABr) – Pesquisa realizada pelo Banco Central junto a uma centena de analistas de mercado mostra que a inflação continua em declínio e se aproxima gradativamente da meta de 4,5% para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2006. De acordo com o levantamento, divulgado ontem no boletim Focus, a expectativa dos economistas da iniciativa privada é de 4,55% para o IPCA; ligeiramente menor que os 4,56% da semana anterior.
Os analistas de mercado elevaram de 0,32% para 0,34% a projeção de IPCA para o mês e mantiveram a estimativa de 0,35% para a inflação de abril. A projeção para o IPCA dos próximos 12 meses também foi mantida em 4,42%.
Ao contrário do índice de Preços ao Consumidor, medido pela Fundação Instituto de Pesquisa Econômica (IPC-Fipe), cuja estimativa evoluiu de 4,27%, na semana passada, para 4,29% na pesquisa atual, a expectativa é de queda nos preços administrados por contrato, ou monitorados (combustíveis, energia elétrica, telefonia, transporte público e outros).
Em razão da constante queda dos preços no atacado, cujos índices determinam a correção de preços e serviços públicos, os reajustes acumulados no ano nesse segmento de mercado devem ser menores. A pesquisa anterior apontava inflação de 4,50% nos preços administrados, e no boletim distribuído hoje a expectativa cai para 4,35%; e derruba também, de 4,20% para 4,10%, a inflação desses preços no ano que vem.
As quedas das expectativas de inflação no atacado são mais expressivas, ainda. De acordo com os analistas, o Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna (IGP-DI) recua de 4,33% para 4,08%, e o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) cai da estimativa anterior de 4,41% para 4,26%.
Dólar
Na mesma pesquisa, os especialistas consideram que o dólar norte-americano não deve ultrapassar R$ 2,20 no final do ano. A perspectiva de câmbio de R$ 2,25, na pesquisa anterior, que já era baixa para as pretensões dos exportadores, caiu mais ainda e vai demorar a se recuperar, uma vez que os economistas projetam cotação de apenas R$ 2,40 no final do ano que vem.
Os economistas consideram, ainda, que a Selic (hoje em 16,50% ao ano), pode cair ainda mais nas próximas reuniões do Copom, tanto que reviram a projeção anterior, de 15,50% para 15,46% neste ano, com manutenção da estimativa de 14% para 2007.
Em decorrência da retração verificada no mês de janeiro, pelos cálculos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os economistas estimam crescimento menor da produção industrial no acumulado do ano, e a projeção anterior, de 4,19%, caiu para 4,10%. Sem reflexo, porém, na estimativa de 3,50% para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todas as riquezas produzidas no país, e na relação entre dívida líquida do setor público e PIB, mantida em 50,50%, e que deve cair para 49% no ano que vem.