O professor Fernando Holanda Barbosa, da Escola de Pós Graduação em Economia da Fundação Getúlio Vargas (EPGE-FGV), afirmou que, caso Marina Silva se torne a candidata do PSB à Presidência e vença as eleições, é viável que sua administração não tenha problemas de governabilidade.

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“O arranjo programático entre os partidos de coalizão pode requerer um pouco mais de negociação”, comentou. “Mas acredito que ela tenha habilidade política para lidar com esta questão e para superá-la bem, com tranquilidade”, apontou.

O diretor de Mercados Emergentes do Eurasia Group, Christopher Garman, afirmou no Forum Exame, ocorrido na quarta-feira (13), que Marina poderia ter sérios problemas de governabilidade, caso chegasse ao Palácio do Planalto.

Para ele, isso poderia ocorrer porque a ex-senadora é muito resistente a trocar apoio político por concessões de cargos federais aos partidos aliados no Congresso.

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Na avaliação de Barbosa, caso Marina Silva entre na disputa eleitoral e vença, ela deverá adotar na economia a grande maioria das ideias já definidas com Eduardo Campos, morto em acidente de avião.

Segundo o acadêmico, entre as propostas estão uma gestão mais firme da política fiscal, que na sua visão poderia levar o superávit primário para uma marca entre 2% e 2,5% do PIB. Ele também destacou que Marina poderia buscar levar a inflação na meta com mais vigor e deveria tornar o câmbio flutuante.

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“Ela poderá adicionar ênfase na questão ambiental, que é uma área muito importante”, destacou, depois de participar de palestra no VII Encontro Internacional da Associação Keynesiana Brasileira.

Durante o evento, Barbosa destacou que o próximo governo precisará resgatar um princípio simples da gestão da política econômica. “O importante é saber o que o presidente fará com os juros, o câmbio e as despesas públicas”, disse.

“Não importa se é tripé macroeconômico ou não. O fundamental é disciplina na gestão da economia”, comentou Barbosa. “E as decisões do governo precisam ser transparentes e não mudar a todo momento”, ponderou.

Ele defendeu que a meta de 4,5% de inflação precisa ser resgatada com rapidez, o déficit nominal deve ser anulado e a cotação do real ante o dólar precisa ser flutuante – e não administrada pelo Banco Central. “Câmbio fixo por muito tempo gera problemas para o País e nunca deu certo em lugar nenhum”, ponderou.