Um dos problemas para o aumento no preço dos derivados de petróleo, na opinião do diretor do Centro de Estudos do Petróleo professor Saul Suslik, é a falta de transparência em relação composição do valor pago nas bombas dos postos de combustível.
"Não há uma transparência nessa questão dos preços, se o consumidor sabe que ele paga R$ 2,60 e que metade desses valores corresponde a tributos. E que 25% a 30% é o preço efetivo de realização da Petrobras, depois tem o custo relativo adição do álcool anidro e o percentual ligado distribuição de renda. Aí eu acho que para o consumidor fica mais fácil, inclusive, aceitar o aumento no preço da gasolina", afirmou.
De acordo com o professor do Instituto de Geociências da Universidade de Campinas (Unicamp), caso o preço do barril do petróleo continue subindo no mercado internacional, será necessário um reajuste nos valores cobrados pelos derivados, como a gasolina e o diesel, que têm-se mantido estáveis.
Suslik destacou que um reajuste que colocasse os preços em sintonia com o mercado internacional poderia contribuir para um menor desperdício da energia e ocorreria no sentido de manter um equilíbrio e um incentivo para a própria geração de energia.
O professor lembrou que há uma diferença de cerca de 17% no preço da gasolina no Brasil, em comparação com outros países. E argumentou: "Além dessa diferença existe a concorrência da gasolina com outro tipo energético, no caso o álcool, e isso adiciona também uma outra complexidade, além dos aspectos políticos e econômicos".