A ministra das Finanças da França e candidata ao cargo de diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, afirmou hoje que o fato de ser francesa, europeia, não pode ser considerado um benefício assim como não deve ser uma falha ou inconveniente para a disputa. “Estou ligada à universalidade do FMI”, disse. “O FMI é de um grupo de países, não pertence a ninguém particularmente”, acrescentou durante entrevista à imprensa concedida ao lado do Ministro da Fazenda, Guido Mantega, em Brasília.
Ela afirmou que existe respeito à diversidade no Fundo, não apenas em relação às origens, mas também ao gênero. O comentário foi feito após receber os cumprimentos de uma jornalista sobre a candidatura feminina. “Todos os países, ao olhar da sua representação no cenário internacional, devem ser observados”, afirmou. Para a ministra, o FMI deve estar preparado para mudanças todas as vezes que as circunstâncias econômicas se alterarem.
A candidata disse que escolheu vir ao Brasil como primeiro destino, porque é um dos grandes países emergentes onde as ideias e propostas contam muito no cenário internacional. A campanha prossegue numa turnê que, segundo ela, passará por China, Índia e Oriente Médio. “Posso explicar que minha candidatura está inscrita na corrente de reformas iniciada por Dominique Strauss-Kahn”, afirmou.
A ministra salientou que sua candidatura é aberta e transparente e defendeu que a escolha deve ser na base do mérito. Ela disse também que o FMI precisa estar atento ao desenvolvimento econômico de alguns países, sobretudo os do norte da África, para poder apoiar esse processo. A candidata preferiu não fazer comentários a respeito da ajuda financeira à Grécia, alegando que prefere se ater, neste momento, a questões da disputa do comando do FMI.