Foto: Jose Gomercindo/SECS

Sem dragagem, escoamento fica prejudicado.

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Se a dragagem do Canal da Galheta, no Porto de Paranaguá, não for feita rapidamente, boa parte da safra deste e do próximo ano pode deixar de sair do Estado.

Além disso, milhões de toneladas de fertilizantes deixarão de entrar para o desenvolvimento de safras futuras.

A conclusão é do engenheiro naval Geert Prange, que ontem realizou uma explanação sobre o assunto no plenarinho da Assembléia Legislativa (AL) do Paraná, em Curitiba, em reunião proposta pelo deputado Valdir Rossoni (PSDB).

?O objetivo é entender por que a dragagem ainda não foi realizada, sendo que há cinco anos o assunto é discutido. Quanto mais a decisão for protelada, mais difícil vão ficar as condições de operacionalidade do porto. A economia do Paraná sofre as conseqüências?, disse o deputado.

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O Canal da Galheta foi construído em função do advento do canal de exportação, inicialmente com doze metros de profundidade e duzentos metros de largura na base. Posteriormente, foi ampliado para quinze metros de profundidade e trezentos metros de largura, permitindo o tráfego de navios com até 12,5 metros de calado.

Hoje, segundo Geert, em função de assoreamento, o Canal permite a passagem de navios com até 11,3 metros de calado. ?Isso significa que perdemos 1,2 metro de capacidade de carregamento de navio, o que corresponde a 8.400 toneladas de carga que deixa de ser transportada. Numa média de 250 navios graneleiros que carregam no Porto de Paranaguá, tem-se um prejuízo de 2 milhões de toneladas não carregadas, o que faz com que os exportadores paguem pelo frete sem utilizar toda a capacidade do navio e tenham que pagar pelo fretamento de outra embarcação para transportar a carga que sobrou?.

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Em relação ao licenciamento para dragagem, o engenheiro naval esclareceu que, em 2006, a Associação dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA) pediu licença para dragagem à Capitania dos Portos. A draga chegou a ficar quarenta dias no porto, mas o trabalho não foi realizado porque, em função de questões ambientais e operacionais, o IAP (Instituto Ambiental do Paraná) não concedeu autorização.

Posteriormente, no ano passado, o porto instituiu uma comissão de dragagem, composta por integrantes da APPA, da Capitania, funcionários do IAP, entre outros. Esta estipulou a dragagem de 9 milhões de metros cúbicos, dentro da licença ambiental do IAP, e o despejo do material dragado em uma área circular externa do porto há mais de vinte metros de profundidade. ?Entretanto, o porto licitou 18 milhões de metros cúbicos, para a qual não há licença do IAP, e determinou que a areia retirada fosse jogada na praia de Matinhos, o que aumentaria em pelo menos 60% o custo do trabalho. Além disso, impôs o pagamento máximo de R$ 7,00 por metro cúbico, o que é muito baixo para que uma empresa queira realizar o serviço. Recentemente, o governo Federal autorizou a dragagem de onze portos brasileiros. Entre eles, o menor custo é de R$ 10,00 o m3?.

Na reunião, o engenheiro se revelou favorável à compra de uma draga para o Porto de Paranaguá, conforme recentemente foi proposto pelo governador Roberto Requião. Apesar do tempo médio de um ano para treinamento de pessoal e colocação da draga em operação, ele disse acreditar na eficácia do investimento.