A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) admitiu erro na pesquisa de satisfação do consumidor de 2004 e decidiu descartar o seu resultado no cálculo do reajuste tarifário das distribuidoras neste ano. A diretoria da agência aprovou ontem a troca do Iasc (Índice Aneel de Satisfação do Consumidor) de 2004 pelo resultado de 2003 no cálculo do ?fator x?.
O resultado da pesquisa de satisfação é utilizado como um dos parâmetros para o cálculo do índice de produtividade (fator x) das empresas, que influencia o reajuste anual das contas de luz. Como os resultados do último ano apontaram forte queda nos índices de satisfação do consumidor em relação aos anos anteriores, o reajuste das tarifas poderia ficar um pouco menor para o consumidor. Isso porque, quanto pior for a avaliação da distribuidora, menor o reajuste de tarifas.
Como boa parte das distribuidoras de energia apresentou índices maiores em 2003, o cálculo do ?fator x? poderá fazer com que o reajuste da conta de luz também seja maior para o consumidor. Nos casos de empresas que melhoraram seus índices de satisfação em 2004, no entanto, o reajuste ficará menor, pois valerão os números do ano anterior.
Um dos erros, segundo a assessoria de imprensa da Aneel, foi identificado na amostra da pesquisa realizada na área de concessão da Light, distribuidora que abastece a região metropolitana do Rio de Janeiro.
Pesquisa
Em 2004, o Iasc atingiu o pior resultado dos quatro anos da pesquisa. O índice de satisfação do consumidor ficou em 58,88 pontos, em uma escala de zero a 100. Em 2003, esse índice foi de 63,63 pontos; em 2002, 64,51; em 2001, 63,22; e em 2000, 62,81.
A agência ainda não calculou qual será o impacto da mudança no cálculo do ?fator x? para os reajustes deste ano. As quatro distribuidoras de energia que já reajustaram as tarifas com base na pesquisa de 2004 (Escelsa, Celesc, Celpa e Iguaçu) terão os valores revistos no reajuste do próximo ano.
O uso do Iasc no cálculo do ?fator x? é um dos pontos que poderão ser alterados na metodologia de revisão tarifária das distribuidoras de energia. A agência pretende começar a discutir mudanças no processo de revisão ainda neste ano.
