A estatal norueguesa Equinor está com projetos para ampliar sua produção de petróleo no Brasil em até 280 mil barris de petróleo por dia (bpd) até 2024. O primeiro passo já será dado no ano que vem, quando a empresa incrementará sua produção em 60 mil bpd no campo de Peregrino (RJ). O projeto da companhia conta ainda com o início das operações de um FPSO (navio utilizado pela indústria petrolífera para a exploração) no campo de Carcará (SP), até 2024, com capacidade de 220 mil bpd após o ramp-up.
De acordo com o vice-presidente global de Contratos e Suprimentos da Equinor, Mauro Andrade, a ampliação das atividades na bacia de Peregrino vem depois de a área ter atingido seu pico de 100 mil bpd e hoje estar na casa dos 80 mil bpd. “Por isso vamos acionar a fase dois do projeto”, disse, em entrevista ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, após evento promovido pelo Instituto de Engenharia, nesta segunda-feira, sem São Paulo.
O executivo deu alguns detalhes também sobre o projeto de um FPSO no campo de Carcará. “O campo é grande, então a gente vai desenvolver em fases. A primeira será essa plataforma entre 2023 e 2024 e, posteriormente, ainda sem data definida porque a gente está amadurecendo o projeto, teremos a segunda FPSO”, disse.
O FPSO da primeira fase terá capacidade para produzir até 220 mil bpd. Já a capacidade da segunda instalação ainda não foi definida, por se tratar de um projeto ainda embrionário, disse Andrade.
Litoral Norte
A norueguesa estuda abrir uma base em São Paulo para dar suporte às suas operações no campo de Carcará (SP), afirmou Andrade. A empresa estatal atua na exploração e produção de petróleo e gás natural offshore e é a segunda maior operadora do País, com produção média de aproximadamente 100 mil barris de petróleo por dia.
Segundo o executivo, a empresa busca alternativa para base no litoral norte do Estado de São Paulo. “Hoje a gente tem o campo de Peregrino operando em águas rasas na bacia de Campos. A base de apoio desse campo estava na Baía de Guanabara e mudamos para o Porto de Açu (no norte Fluminense). E a gente tem o campo de Carcará (SP), para onde estamos pensando no futuro. Temos de ter alternativas de bases de apoio no Estado de São Paulo”, disse.
O executivo afirmou que a empresa conversou com o governo de São Paulo sobre pontos como infraestrutura na região do litoral norte. “Seria importante estar nessa região. Se descermos muito fica semelhante ao da Baía de Guanabara”, disse.
O projeto da empresa em Carcará prevê o início de operação de um FPSO entre 2023 e 2024. A capacidade da instalação é de até 220 mil barris de petróleo por dia (bpd) após o ramp-up. A segunda fase terá um outro FPSO, cuja produção ainda não foi definida. Segundo o executivo, a empresa mapeou 32 sítios para a base de apoio para a operação em Carcará.
A instalação de bases é fundamental para manter os recursos e captações de impostos dentro do Estado de São Paulo. “O Estado é o centro de carga, é onde o operador estará mais próximo do consumo, mais próximo da geração de emprego. Estamos discutindo para que elas tenham base também no Estado”, afirmou o secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado, Marcos Penido, durante evento do Instituto de Engenharia. O evento teve o objetivo de receber operadoras e concessionárias de exploração e produção da Bacia de Santos (SP), além de conhecer seus planos de investimentos e necessidades para ampliar a produção na região.