O diretor da Empresa de Planejamento e Logística (EPL) Hélio Mauro França avalia que o aumento da Taxa Interna de Retorno (TIR) do trem-bala, de 6,32% para 7%, gera “atratividade suficiente” para o projeto, que tem leilão marcado para 19 de setembro. Com a nova TIR, o valor mínimo da outorga cobrada no leilão caiu de R$ 70,31 para R$ 68,08/Trem.KmEquivalente.

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Segundo França, o mercado e a própria EPL estimavam uma nova TIR entre 8% e 8,5% para o empreendimento mas, quando os parâmetros financeiros da concessão foram atualizados, o resultado foi uma taxa de 7%. “O importante é o efeito disso na taxa de retorno do acionista, que inclui o financiamento, que aumentou dois pontos porcentuais, de 11,57% para 13,6%”, disse o executivo a jornalistas na tarde desta terça-feira, 2.

Ele destacou ainda que a expectativa de pagamento de outorga ao longo dos 40 anos de concessão é de R$ 30 bilhões. A cifra, de acordo com França, supera a estimativa de custo das obras do trem de alta velocidade (TAV) que ligará Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro, em torno de R$ 27 bilhões.

Critério de desempate

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O diretor da EPL informou que outra mudança no edital de operação do leilão do trem-bala, publicado na edição desta terça do Diário Oficial da União, foi o critério de desempate no leilão. No edital anterior, os lances eram calculados levando em consideração o maior valor de outorga junto ao menor custo estimado para a construção da infraestrutura. O desempate se daria então pelo valor da outorga. Com a nova regra, em caso de empate nos lances para a outorga, o desempate beneficiará o competidor que tenha maior experiência na operação de trens de alta velocidade.

“Queremos selecionar o melhor operador, o mais experiente”, disse França. “A estimativa de custo das obras de infraestrutura foi questionada porque poderia levar a uma subestimativa desse gasto, e o Tribunal de Contas da União (TCU) sugeriu uma mudança nesse quesito”, justificou.

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Investidores locais

O governo pretende estimular investidores locais a participar da gestão da operação do trem-bala, sendo sócios de operadores com experiência internacional. Segundo ele, os competidores estrangeiros procuram não apenas investidores no projeto, mas também parceiros que possam tomar conta do negócio. França lembrou ainda que os fundos de pensão podem entrar como sócios estratégicos dos vencedores do leilão, em um modelo apelidado no mercado de “fundo noiva”.