O movimento de redução da demanda energética por parte da indústria brasileira iniciado no final do ano passado, principalmente em setores eletrointensivos, começa a atingir um leque mais amplo de setores industriais, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). De acordo com o diretor de Estudos Econômicos Energéticos e Ambientais da EPE, Amilcar Guerreiro, o movimento iniciado entre grandes produtores de commodities globais, estes afetados pela queda dos preços desses insumos, já chega a outras áreas, como o setor automotivo e de eletroeletrônicos. “Hoje vemos um movimento mais generalizado na indústria”, destacou Guerreiro, referindo-se ao consumo de energia nos últimos meses.

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O diretor da EPE revelou que o ritmo de consumo da indústria durante o segundo trimestre deste ano veio “um pouco” abaixo das expectativas. Apesar disso, ele não revelou se a EPE pode reduzir a projeção de consumo por parte desse setor para 2014. Tradicionalmente, a revisão acontece duas vezes ao ano, sendo a segunda no mês de agosto. No boletim referente a abril, a EPE reduziu a projeção de consumo de energia pela indústria de 3,7% para 1,3% em 2014. O consumo das categorias residencial e comercial, por sua vez, mantém ritmo mais acelerado, destacou Guerreiro.

Armazenamento

Perguntado sobre o futuro do setor energético no Brasil, Guerreiro destacou que o desenvolvimento de sistemas de armazenamento de energia é importante para o Pais. A utilização de baterias poderia amenizar a decisão brasileira de priorizar grandes projetos hídricos sem reservatórios. O desenvolvimento tecnológico desses sistemas de armazenamento poderá, inclusive, contribuir para a evolução da energia solar no Brasil, na visão do executivo. “No longo prazo, vemos grande espaço para a energia solar”, afirmou.

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Guerreiro participou hoje do 11º Congresso Brasileiro de Eficiência Energética (Cobee), realizado pela Abesco em São Paulo.