A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) avalia a possibilidade de realizar um segundo leilão de energia nova em 2013 para contratar a demanda do mercado cativo em 2018 (A-5). A licitação teria como objetivo leiloar a hidrelétrica São Manoel ao mercado, uma vez que a usina provavelmente ficará de fora do leilão A-5 de agosto por falta de licença ambiental. “Essa é uma possibilidade que vamos avaliar, mas isso depende das perspectivas para São Manoel”, afirmou o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, que participou, nesta terça-feira, 21, do Encontro Nacional do Agentes do Setor Elétrico (Enase).
O projeto de São Manoel, a ser construído no Rio Teles Pires, prevê uma capacidade instalada de 700 MW, usina de médio porte que poderia atrair grande interesse do mercado. A ideia original do governo era licitar o empreendimento no mesmo leilão que a hidrelétrica Sinop, que será ofertada no leilão A-5 marcado para 29 de agosto. O problema é que a usina São Manoel tem tido dificuldades para obter sua licença ambiental prévia (LP) dos órgãos ambientais. Uma das regras das licitações de energia nova é que só participam dos certames as usinas que possuem a LP.
Por causa disso, Tolmasquim disse que a EPE estuda reservar parte da demanda declarada pelas distribuidoras para o leilão A-5 de agosto para o leilão A-5 de dezembro, o que viabilizaria a contratação de São Manoel, se a LP for obtida. “Essa é uma possibilidade, mas não recomendo aos empreendedores que fiquem esperando o leilão de A-5 de dezembro. Ele pode ou não vir a ocorrer”, afirmou o presidente da EPE.
Participarão do leilão A-5 de agosto as usinas hidrelétricas, sendo apenas Sinop até agora confirmada, e as térmicas a carvão, gás natural e biomassa. Caso a EPE decida, de fato, dividir a demanda do leilão A-5 de agosto com o de dezembro, menor será o volume de energia contratado na licitação de agosto, o que tende a aumentar a competição entre os investidores durante a disputa.
Em relação às eólicas, Tolmasquim voltou a dizer que o governo está priorizando a participação dessas usinas nos leilões A-3 e de energia de reserva, dado o menor prazo de construção e a alta competitividade da fonte em relação aos demais tipos de geração. O governo, inclusive, já marcou para agosto um leilão de energia de reserva exclusiva para a fonte. “Com isso, queremos dar uma equilibrada na matriz energética”, afirmou o presidente da EPE, em referência à intenção de contratar um volume maior de térmicas para reforçar a segurança do sistema.