A previsão do governo é contratar uma capacidade instalada de 38.269 megawatts (MW) em geração elétrica nos leilões do período 2014-2018, afirmou nesta terça-feira, 06, o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Mauricio Tolmasquim. Desse total, 14.679 MW, ou quase 38%, serão contratados na fonte de energia hidrelétrica.
Outra parte significativa será em energias alternativas como eólica (9 mil MW), solar (3.500 MW) e biomassa (2.380 MW). O presidente da EPE destacou o aumento da perspectiva de participação das térmicas a gás e a carvão no planejamento energético, com um salto de 1.500 MW para 7.500 MW em vendas nos leilões. Os 1.210 MW restantes serão negociados por pequenas centrais hidrelétricas (PCHs).
Entre 2014 e 2015 nove usinas hidrelétricas deverão ser leiloadas, somando 8.893 MW, segundo estima a EPE. Tolmasquim destacou a usina de São Luiz do Tapajós (PA), que pode ser leiloada ainda em 2014, apesar “do cronograma apertado”.
Tolmasquim lembrou ainda que o leilão A-3 (em que são negociados contratos para início do fornecimento de energia em três anos) está previsto para 6 de junho. Segundo o presidente da EPE, o governo ainda avalia a realização de um leilão de energia de reserva no segundo semestre. Há estudos para a possível contratação de projetos de energia eólica, de biomassa e solar, cujo preço em sua avaliação tende a cair mais 25% até 2020, tornando essa fonte competitiva.
A EPE estima que entre 2014 e 2018 entrem em operação 40,909 MW de potência instalada de usinas, entre já contratadas e outras que ainda vão negociar contratos nesse período.
Do lado das linhas de transmissão, a previsão é que sejam feitos leilões de 14.400 quilômetros de linhas e 56 subestações em 2014 e 2015, com investimentos de R$ 20,5 bilhões. O próximo leilão está marcado para 9 de maio, sexta-feira, envolvendo 3.300 quilômetros de linhas.
O presidente da EPE considera que o setor energético brasileiro tem equilíbrio estrutural calcado na expansão da capacidade instalada, da matriz energética e intercâmbios. O executivo descartou o risco de racionamento, destacando que a situação atual é distinta da de 2001, quando havia um risco de déficit de energia “muitas vezes maior”. Tolmasquim participa do 11º Encontro Nacional do Setor Elétrico (Enase).