A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) acelera o desenvolvimento dos estudos da primeira linha de transmissão de Belo Monte (PA) para licitar o projeto em dezembro. “A expectativa é de concluirmos os estudos em agosto”, afirmou o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, que esteve no Encontro Nacional dos Agentes do Setor Elétrico (Enase), promovido pelo Canal Energia.
O projeto de escoamento de Belo Monte prevê a construção de uma grande linha de transmissão partindo de Xingu (PA) até a divisa entre São Paulo e Minas Gerais. De acordo com Tolmasquim, o Ministério de Minas e Energia (MME) e a EPE discutem a possibilidade de se construir uma segunda linha de transmissão para a Usina Belo Monte.
A segunda de linha, de 2,37 mil quilômetros de extensão e 800 kV, partiria também de Xingu, mas chegaria ao Rio. “A opinião da EPE é de que essa linha é necessária”, afirmou. Além de escoar a produção de Belo Monte, Tolmasquim afirmou que o segundo tronco de transmissão também permitiria transportar a energia do Complexo Hidrelétrico do Rio Tapajós (PA) – a primeira usina do complexo, São Luís do Tapajós, está prevista para ser licitada pelo governo em 2014. “A linha também reforçaria o intercâmbio de energia entre o Norte e o Sudeste do País”, acrescentou.
Durante a apresentação, ele afirmou que os novos leilões de transmissão de 2013 devem ofertar ao mercado mais 5,2 mil quilômetros de novas linhas. A intenção do governo é licitar 2,3 mil km de rede para expansão da interligação, que é o primeiro tronco de Belo Monte, 2,04 mil km em reforços do sistema, 600 km em interligação dos sistemas isolados (linha Rio Branco-Cruzeiro do Sul, no Acre) e 200 km de rede para o escoamento dos projetos eólicos no Nordeste. Dentre os projetos a serem licitados ainda este ano, estão os empreendimentos dos quatro lotes que não tiveram ofertas no primeiro leilão de transmissão, realizado no início de maio. Segundo Tolmasquim, o governo já licitou 4 mil quilômetros de novas de linhas este ano.