A agropecuária foi o único setor que teve mais demissões do que contratações formais em agosto. Na área rural, o saldo líquido foi negativo de 11.259 postos de trabalho em relação ao mês anterior. De acordo com o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, o resultado reflete a sazonalidade da atividade, que está em entressafra, principalmente na região Centro-Sul do País. “A queda já era esperada”, afirmou. Os números são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de agosto, divulgados hoje.
Pelos cálculos do ministro, o saldo dos empregos formais agrícolas continuará negativo ou muito baixo também nos meses de setembro, outubro e novembro por conta do efeito sazonal. O setor de cana-de-açúcar apresentou criação líquida de 2.539 postos de trabalho em agosto, mas o café perdeu 22.111 vagas no mesmo período. “A cana não compensa as perdas dos Estados produtores de café”, comparou Lupi.
A agricultura foi responsável pela redução de 16.230 postos em Minas Gerais; 2.684, em São Paulo, e de 2.303 postos na Bahia – são Estados que cultivam café. Em Pernambuco e na Paraíba, o incremento no mês passado foi de 2.354 e de 2.342 vagas, respectivamente. “A produção sucroalcooleira e alimentícia, que estão ligadas, devem continuar assim e manter a tendência de queda em setembro, outubro e novembro”, estimou Lupi.
Construção civil
O ministro Carlos Lupi enfatizou o desempenho positivo do setor da construção civil na criação de empregos com carteira assinada. “A construção civil há meses está batendo recordes, um atrás do outro. Não é tão grande a criação (nominal) de vagas no setor, mas porcentualmente é um bom resultado”, considerou.
Pelos dados do Caged, a construção civil apresentou elevação de 40.138 empregos no mês de agosto, com crescimento de 1,59% em relação ao estoque de emprego do mês anterior. No geral de todos os setores, o aumento foi de 0,86%. “Temos sete meses seguidos de recorde e a uma taxa que é o dobro da taxa média”, enfatizou Lupi.