Entrada de dólares supera saída em US$ 10,283 bi no ano até dia 20 de novembro

O fluxo cambial subiu de US$ 9,257 bilhões no acumulado do ano até o dia 13 de novembro para US$ 10,283 bilhões em 2015 até o último dia 20, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira, 25, pelo Banco Central. No mesmo período de 2014, o fluxo cambial havia ficado em US$ 6,086 bilhões.

No acumulado de 2015, houve saídas líquidas de US$ 6,437 bilhões da área financeira, que reúne os investimentos estrangeiros diretos e em carteira, remessas de lucro e pagamento de juros, entre outras operações. Neste segmento foram registrados ingressos de US$ 458,376 bilhões e envios de US$ 464,813 bilhões no período.

No comércio exterior, o saldo ficou positivo em US$ 16,720 bilhões no ano, com importações de US$ 141,166 bilhões e exportações de US$ 157,886 bilhões. Nas exportações, estão incluídos US$ 30,790 bilhões em Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC), US$ 37,905 bilhões em Pagamento Antecipado (PA) e US$ 89,191 bilhões em outras operações.

Novembro

Após ter registrado um saldo negativo de US$ 3,5 bilhões em outubro, o fluxo cambial de novembro até o dia 20 teve entradas líquidas US$ 2,618 bilhões maiores do que as saídas do período.

O ingresso de dólares pelo canal financeiro foi de US$ 3,069 bilhões no período, resultado de entradas no valor de US$ 23,018 bilhões e de envios no total de US$ 19,949 bilhões. Ao longo de todo o ano passado, a área financeira foi a principal porta de saída de recursos do País, somando US$ 13,4 bilhões. Este segmento reúne os investimentos estrangeiros diretos e em carteira, remessas de lucro e pagamento de juros, entre outras operações.

Já no comércio exterior, o saldo ficou negativo em US$ 451 milhões em novembro até o dia 20, com importações de US$ 7,159 bilhões e exportações de US$ 6,708 bilhões. Nas exportações, estão incluídos US$ 1,041 bilhão em ACC, US$ 1,854 bilhão em PA e US$ 3,813 bilhões em outras entradas.

Semana

O fluxo cambial da semana de 16 a 20 de novembro ficou positivo em US$ 1,026 bilhão, conforme o Banco Central. O ingresso de dólares pelo canal financeiro foi de US$ 1,213 bilhão na segunda semana de novembro, resultado de entradas no valor de US$ 7,461 bilhões e de envios no total de US$ 6,248 bilhões. Este segmento reúne os investimentos estrangeiros diretos e em carteira, remessas de lucro e pagamento de juros, entre outras operações.

Já no comércio exterior, o saldo ficou negativo em US$ 187 milhões de 16 a 20 de novembro, com importações de US$ 2,413 bilhões e exportações de US$ 2,226 bilhões. Nas exportações, estão incluídos US$ 355 milhões em ACC, US$ 644 milhões em PA e US$ 1,228 bilhão em outras entradas.

Swap cambial

Após registrar lucro de R$ 19,030 bilhões com operações de swap cambial em outubro, pelo resultado caixa, o Banco Central teve ganhos de R$ 10,345 bilhões com os leilões em novembro até o dia 20, segundo a autoridade monetária. Pelo resultado competência, o BC encampou R$ 15,758 bilhões. No ano até o dia 20 deste mês, a instituição ainda tem perdas com essas operações, no total de R$ 83,400 bilhões pelo resultado caixa e de R$ 83,605 bilhões pelo competência.

Em setembro, as perdas somaram R$ 38,6 bilhões (resultado caixa), o maior volume mensal de prejuízo da instituição com esse tipo de operação desde que começou a usar a ferramenta, em 2002. Em setembro, o dólar havia registrado alta de 9,39% e, em outubro, teve baixa de 2,25%. Neste mês, a queda do dólar está próxima de 2%.

O resultado das operações de swap por competência inclui ganhos e perdas ocorridos no mês, independentemente da data de liquidação financeira. A liquidação financeira desse resultado (caixa) ocorre no dia seguinte, em D+1.

Ao longo de 2014, o BC teve perdas de R$ 17,329 bilhões com a oferta desse hedge ao mercado. Em 2013, o BC acabou registrando prejuízo com os leilões de swap da ordem de R$ 1,315 bilhão. Já em 2012, entraram para o caixa da autarquia R$ 1,098 bilhão.

Reservas

Em contrapartida a esse lucro, causado efetivamente pela baixa do dólar, o BC obteve uma perda de rentabilidade com a administração das reservas internacionais de R$ 64,445 bilhões em novembro até o dia 20 pelo mesmo motivo. Entram nesse cálculo ganhos e prejuízos com a correção cambial, a marcação a mercado e os juros. No ano, o lucro da instituição com as reservas caiu para R$ 372,457 bilhões.

O resultado líquido das reservas, que é a rentabilidade menos o custo de captação, ficou negativo em R$ 65,390 bilhões neste mês até agora. No ano, o saldo segue positivo em R$ 213,257 bilhões.

Com isso, para o BC, o resultado das operações cambiais ficou no vermelho em R$ 2,599 bilhões no período em questão. Em outubro, as perdas somaram R$ 30,437 bilhões. Em setembro, havia ficado no azul em R$ 66,595 bilhões. No ano, essa soma está positiva em R$ 65,509 bilhões.

O BC sempre destaca que, tanto em relação às operações de swap cambial quanto à administração das reservas internacionais, a autarquia não visa ao lucro, mas fornecer hedge ao mercado em tempos de volatilidade e manter um colchão de liquidez para momentos de crise.

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