Entidades reagem a restrição da CVM para jornalistas

A decisão da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) de colocar em audiência pública mudanças na regulamentação da atividade dos analistas de mercado e dos jornalistas que cobrem finanças motivou críticas das entidades de classe do jornalismo. Embora não tenham avaliado o edital, dirigentes da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) avisam que haverá resistência caso haja "cerceamento" de conteúdo jornalístico.

"Se houver, de fato, cerceamento e restrições sobre o conteúdo jornalístico, haverá uma oposição aguerrida da Fenaj e dos sindicatos", afirma Sérgio Murillo de Andrade, presidente da Fenaj. O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, por sua vez, publicou nota repudiando o edital da CVM. A Associação Nacional de Jornais (ANJ) informou que submeteu o edital a seu comitê jurídico. Já o presidente da ABI, Maurício Azêdo, diz que a proposta é inconstitucional. "Tenho uma posição que independe de detalhamento (do edital). A CVM não tem poder para legislar, editar sobre o conteúdo jornalístico. Isso seria uma demasia, uma exorbitância.

A superintendente de Desenvolvimento de Mercado da CVM, Aline de Menezes Santos, diz que o objetivo da revisão da instrução 388 é coibir conflitos de interesses entre analistas e jornalistas. "Acho muito injusto (as críticas). Temos outro patamar de mercado e os emissores de ações aumentaram a qualidade." As novas regras em consulta prevêem que a empresa jornalística deve ter uma norma interna de conduta profissional para que o jornalista consulte fontes fidedignas.

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