Falhas no sistema de logística encarecem a produção do Paraná e fazem com que o estado perca em competitividade. Para evitar que o problema seja ainda maior no futuro, o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA-PR) – em parceria com outras entidades (como Federação das Indústrias do Paraná) – trabalha na elaboração de um Plano Estadual de Logística e Transporte para o Estado do Paraná (PELT).
O mesmo foi apresentado ontem, na Assembléia Legislativa (AL), em Curitiba, e deve ser entregue aos futuros candidatos ao governo do Estado, que por sua vez poderão realizar levantamentos de custos de obras.
“O Paraná é competitivo das porteiras das fazendas para dentro. Das porteiras para fora, são inúmeras as dificuldades de transporte, sendo que o Estado não possui estrutura de armazenagem. Ele colhe e tem que exportar imediatamente a safra”, diz o presidente do CREA-PR, o engenheiro agrônomo Álvaro José Cabrini Júnior. “Com o PELT, estamos pensando no Paraná em 2020. Precisamos começar a planejar agora o futuro. Caso contrário, a situação vai pior ainda mais”.
O plano irá contemplar as rodovias, ferrovias, os portos e rios navegáveis, além dos aeroportos e regiões metropolitanas. Irá conter uma análise da situação atual destes segmentos e propostas para situação futura.
Segundo Cabrini, atualmente, o principal problema diz respeito às estradas e ferrovias. “Elas são precárias e encarecem o transporte”. No que diz respeito ao transporte rodoviário, o engenheiro agrônomo afirma que muitas estradas necessitam ser duplicadas ou receber terceira via, que diversas ligações precisam ser realizadas e que a BR-101 precisa ser feita dentro do Paraná.
Já em relação às ferrovias, tidas como bastante lentas, a construção da estrada de ferro entre Guarapuava e Paranaguá, via Ferroeste, é apontada como fundamental.
Quanto aos portos, Cabrini acredita que eles devem ser pensados para daqui cinquenta anos. Para o Porto de Paranaguá, o PELT aponta necessidade de elaboração de um plano diretor que preveja dragagem, ampliação e construção de novos terminais.
“O Porto de Paranaguá é competitivo, mas já está perdendo para outros portos. Em função das potencialidades do Paraná, ele deve ser modernizado, pois é nossa saída para o mundo. Temos que pensar, por exemplo, na construção de um polo de álcool químico. Não precisamos apenas vender álcool in natura. Podemos agregar valor ao produto”.
Sobre o transporte aéreo, é apontada necessidade de ampliação do aeroporto de Londrina; construção da terceira pista do aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba; criação de um aeroporto entre Cascavel e Toledo; e criação de um aeroporto entre Pato Branco e Francisco beltrão.
“Estas são as necessidades mais imediatas, mas estamos pensando até na possibilidade de um aeroporto em Ponta Grossa”, finaliza o presidente do CREA-PR.