As entidades representativas ficaram cautelosas (mas frustradas) nas críticas ao Copom, ontem, em função da decisão de manter inalterada a Selic. A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, por exemplo, ressaltou que mantendo a Selic, o governo precisa se atentar para “a necessidade de medidas complementares para aumentar a competitividade das empresas brasileiras”.

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‘’Em primeiro lugar – diz a entidade em nota distribuida ontem -, o aumento do investimento público, especialmente na área de infra-estrutura, o que requer controle dos gastos correntes. Em segundo, a superação de entraves institucionais para ampliar os horizontes de queda dos juros brasileiros, tais como a redução do spread bancário e uma solução definitiva sobre a remuneração legal da cadernetade poupança”.

Já a Federação do Comércio do Rio de Janeiro, considerou “precipitada” a interrupção do corte de juros básicos da economia. “Com um menor risco de inflação perdemos a oportunidade de diminuir a distorção entre nossa taxa de juros e a média internacional”.

Segundo a Federação, mesmo que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) reduzisse os juros em 0,5 ponto percentual, ontem, o que representaria uma economia de R$ 4,9 bilhões, “os gastos públicos continuam crescendo de forma preocupante sob o pretexto de uma política anticíclica”. A Fecomércio diz que isso não condiz com o aumento das despesas permanentes em detrimento dos investimentos.

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A Força Sindical, por sua vez, foi mais contundente: “A decisão do Copom frustra os trabalhadores, que ansiavam por uma queda drástica na taxa básica de juros, como estímulo para a economia no 4.º trimestre”, disse, em nota assinada pelo presidente, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho. Segundo a entidade, a política do Banco Central “continua nitidamente voltada em prol dos especuladores.”