A decisão do Copom, de aumentar 0,5 ponto percentual na taxa Selic, pressionará ainda mais o déficit interno e o câmbio, gerando malefícios em setores altamente empregadores, como é o caso da indústria gráfica, responsável por cerca de 200 mil empregos diretos. Opinião do empresário Fabio Arruda Mortara, presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf) São Paulo.
Para ele, ?o governo é refém da política monetária, como único instrumento que lhe restou para o controle da revigorada inflação brasileira. Contudo, esquece que seus gastos correntes, além de inibirem investimentos, geram a necessidade de mais impostos, o que também provoca mais inflação. Aumentar aquela que já é a maior taxa de juros do planeta apenas agravará problemas crônicos da economia brasileira?.
A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), distribuiu nota em que diz que a decisão do Copom de subir os juros, ?frente à deterioração das expectativas de inflação, ficou dentro do esperado?. Mas a entidade criticou o governo por manter gastos públicos elevados.
?Para o Sistema Firjan, são elevados os custos do peso excessivo dado à política monetária no combate à inflação. Ao mesmo tempo, os gastos primários do governo prosseguem crescendo junto com a arrecadação. O Sistema Firjan insiste na necessidade de reduzir o ritmo de expansão dos gastos públicos, concedendo um papel mais relevante à política fiscal no controle da inflação?, diz a nota.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI), também divulgou nota dizendo que o ajuste não surpreendeu a entidade, mas alerta que o ciclo virtuoso de crescimento pode vir a ser comprometido.
?A alta excessiva dos juros anula os efeitos positivos de políticas de estímulo à produção – pois encarecem o financiamento para investir na produção; e a conseqüente valorização do real reduz a competitividade dos produtos nacionais. Ambos conduzem ao menor crescimento?, diz o texto.