Engenheiros preocupados com as obras para Copa 2014

Preocupados com problemas na infraestrutura do País e com o andamento de projetos de obras públicas, entre eles os relacionados a eventos como a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016, engenheiros e arquitetos de todo o País devem elaborar, a partir de amanhã, em Curitiba, um documento a ser entregue aos candidatos a cargos executivos e legislativos das próximas eleições.

Na avaliação dos profissionais, a má gestão de empreendimentos pelos governos gera perdas de US$ 15 bilhões por ano ao País, ou 1% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.

O documento será feito durante o fórum Projeto País – Governança e Gestão – Desafios da Infraestrutura e Engenharia Brasileira, organizado pelo Instituto de Engenharia do Paraná (IEP), e que acontece amanhã e sexta-feira, na capital.

De acordo com o engenheiro Luiz Cláudio Mehl, conselheiro do IEP que coordena o evento, 150 profissionais, líderes de entidades representativas da área, são esperados no fórum.

“Queremos que os projetos [de obras públicas] saiam das gavetas. Para isso, é preciso gestão eficiente e saber priorizar”, explica Mehl, ressaltando que a intenção é principalmente abordar a questão de uma forma mais ampla, e não discutir questões pontuais.

Ainda assim, o engenheiro destaca problemas como a execução das obras da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, e de fatores mais locais, como demoras em obras no Porto de Paranaguá e no aeroporto Afonso Pena, assim como transtornos gerados pela falta de infraestrutura ferroviária no Estado.

“Existe um equívoco gerencial no Brasil. Os governos não utilizam com profundidade o conhecimento técnico existente. É comum que cargos públicos sejam ocupados por pessoas que demoram muito tempo para assimilar os problemas”, opina. Outro problema que ele aponta é a falta de integração entre órgãos e governos na hora da execução ou manutenção de obras.

Copa

Como os exemplos já existentes são muitos, Mehl tem argumentos suficientes para justificar a preocupação dos profissionais com as obras relacionadas à Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

“Já faz um ano, por exemplo, que Curitiba foi confirmada como sede da Copa, mas até agora nenhuma obra saiu do papel. Em muitas só existem as ideias, mas não há projeto, nem se sabe a viabilidade financeira”, critica.

Segundo Mehl, o comportamento dos envolvidos dá mostras de que, com os prazos cada vez mais curtos, nos próximos anos haja uma “corrida apressada” para concluir os empreendimentos.

Para ele, esse é um sinal “extremamente grave”, que pode implicar nem só em aumento nos custos das obras, mas também no comprometimento da qualidade das construções.

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