Um trem de alta velocidade que ligaria Curitiba a São Paulo está sendo projetado por uma equipe de engenheiros do Instituto de Engenharia do Paraná (IEP). Com velocidade máxima entre 300 e 320 quilômetros por hora, o trem-bala levaria 1h40 para fazer o trajeto.
O idealizador do projeto, engenheiro e professor aposentado da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Jurimar Cavichiolo, coordena um grupo de engenheiros do IEP que já fez estudo de viabilidade socioeconômica, financeira, técnica e ambiental. De acordo com Cavichiolo, o trem-bala poderia ser usado, inclusive, para transporte de produtos de grande valor agregado. Segundo cálculos desse grupo do IEP, o pagamento total do investimento ocorreria em 25 anos, com juros de 11,75% ao ano.
O presidente da Estrada de Ferro Paraná Oeste S.A. (Ferroeste), Samuel Gomes, garante que o projeto é viável. ?Com cinco milhões de passageiros/ano já se pode começar a pensar em trem de alta velocidade. Do Paraná a São Paulo temos entre seis e oito milhões de passageiros/ano, considerando passageiros de avião, carro e ônibus?, calculou.
Ainda é cedo para se falar em quanto custaria uma viagem no trem-bala, mas estima-se que seja um preço intermediário entre os transportes rodoviário e aéreo, de R$ 100 a R$ 150. ?Esta é uma avaliação bastante preliminar, porque o número de passageiros e a velocidade interferem no preço da passagem?, ponderou Gomes.
O projeto já foi apresentado a grupos estrangeiros em Amsterdã e ganhou apoio da União Internacional de Ferrovias. Em agosto será realizado um seminário para divulgação do projeto aqui em Curitiba, procurando atrair interessados. Até lá, será formada uma entidade na qual poderão se filiar pessoas físicas e jurídicas que vão gerir o andamento do projeto. A idéia é aproveitar o ano eleitoral para incluir a proposta na agenda de debates dos candidatos.
Foram feitos três estudos de rota viável para o trem, com alternativa de passagem pelos municípios de Registro (SP), Ponta Grossa (PR) e Cerro Azul (PR). A opção por Registro se mostrou a mais viável, segundo Cavichiolo.
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