Soluções para o suprimento energético brasileiro, bem como o direcionamento dos investimentos dos próximos anos foram apresentados pelo diretor geral brasileiro da Itaipu Binacional, Jorge Samek, durante esta quarta-feira (17), primeiro dia do 6º Congresso Internacional de Bioenergia, que vai até esta sexta-feira (dia 19) no Cietep, em Curitiba.
Mesmo diante de um mundo que se questiona como ampliar suas matrizes energéticas para dar conta da demanda, o posicionamento do comando brasileiro da Itaipu é de que o consumo per capita no Brasil ainda está bem aquém de países desenvolvidos e que, se o desenvolvimento econômico previsto se efetivar, será legítimo o avanço desses números, a exemplo do que vem sendo registrado nos últimos anos.
“O consumo per capita no Brasil ainda é pequeno. Não queremos atingir um patamar excessivo como o norte-americano, mas, obviamente, a tendência é ampliarmos a nossa média per capita, uma vez que muita gente só agora está tendo a oportunidade de adquirir eletrodomésticos”, avalia Samek. Para ele é completamente viável do ponto de vista de suprimento energético o consumo no Brasil alcançar algo entre 5 a 6 mil kWh por habitante/ano. Esses números se aproximam do que ocorre nos países europeus e são distantes dos mais de 13 mil kWh/ano consumidos pelos nortes americanos e que seguem na contramão da sustentabilidade.
A confiança no abastecimento energético nacional está respaldada na integração energética brasileira que já atingiu 80% e, com a construção das linhas de transmissão previstas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 1 e 2), deverá atingir a totalidade nos próximos anos. “Se tivéssemos em 2001 o grau de integração que temos hoje, não teríamos enfrentado aquele apagão prolongado”, afirma Samek.
Além da integração energética nacional, Samek também defendeu que o caminho para a ampliação das matrizes energéticas no mundo passa pela conexão continental e entre diferentes fontes de energia renovável. “Itaipu foi pioneira na década de 70 em viabilizar uma ação binacional. Cabe ao continente todo seguir esses princípios, pois, a integração evita o desperdício na época em que a energia verte e ajuda no abastecimento quando reduz a oferta , em períodos de seca”.
Quanto a integração entre as diferentes fontes de energia, renováveis ou não, além das termelétricas, Itaipu planeja contar com a produção proveniente das usinas eólicas, de biomassa e biogás. Este último é uma forma de resolver os passivos ambientais gerados pela criação de rebanhos no Estado, devido à emissão de gases como o metano, canalizando para o abastecimento energético. “O Biogás vai passar a ser política nacional em 2012, já que integrará o Programa de Agricultura de Baixo Carbono (ABC)”, avisa Samek.