O diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton Araújo, disse nesta quinta-feira, 27, que houve recuo importante nos atrasos entre 15 e 90 dias de pagamento de dívidas das famílias brasileiras, um indicador que é usado como antecedente para a inadimplência. “A gente percebe um recuo importante nos atrasos, sinalizando que, no curto prazo, não deve haver muita mudança, nenhuma piora. Pelo contrário, sinaliza uma melhora”, afirmou.
Ele disse ainda que os juros mostraram recuo substancial em 2012 e, agora, as taxas estão estabilizadas. Hamilton afirmou que o aumento de endividamento das famílias tem arrefecido e que esse indicador tende a convergir, pois o crescimento do crédito das famílias tende a convergir para a taxa de crescimento da renda. Os dados do BC mostram que o endividamento passou de 18,4% em fevereiro de 2005 para 44,2% em abril de 2013 (valor recorde). No mesmo período, o comprometimento de renda mensal com serviço da dívida passou de 15,3% para 23%.
“O endividamento cresceu mais do que a parcela da renda comprometida, porque as taxas de juros recuaram bastante de 2005 para cá. As condições de financiamento são mais favoráveis e tem havido crescimento em linhas nas quais os juros são mais baixos. Esse cenário é bom, sem dúvida”, afirmou.
O diretor disse ainda que, em algum momento, o endividamento vai se estabilizar. “Não vai crescer indefinidamente.” Ainda segundo o diretor do BC, as provisões dos bancos mostram recuo na margem, sem nenhuma novidade em relação ao cenário do último relatório de inflação. “O mesmo se pode dizer sobre créditos baixados a prejuízo.”