Encontro de Davos vira balcão de negócios

Zurique (Suíça) Por mais que o encontro de Davos sirva como uma oficina de idéias e pólo de discussões sobre correntes teóricas de comércio, questões macroeconômicas e até mesmo ambiente para se tratar das desigualdades entre o mundo pobre e o rico, não há como deixar de falar em negócios.

Não é para menos. À estação de esqui suíça vão representantes das mais importantes corporações do mundo, tais como a Microsoft, a Nestlé, a Audi e a Wolkswagen. Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Estudos Econômicos e Transnacionais (Sobeet), Antônio Corrêa de Lacerda, são raros os momentos em que figuras tão importantes têm tanto tempo juntos. São, pelo menos, cinco dias para aprofundar impressões e acertar detalhes para a efetivação de vendas e prestação de serviços.

Um organismo não governamental brasileiro, a Brasil Connects, lançará a isca com o objetivo de faturar pouco mais no futuro. É que ela está credenciando empresas que estão se esforçando no quesito ambiental e poluem menos para que vendam certificados de “despoluição”.

Funciona da seguinte forma: as empresas que poluem demais, extrapolando sua cota têm de “comprar” o direito de poluir. Se o Protocolo de Kyoto for cumprido mais restritamente, é possível que esse negócio alcance bilhões de dólares já nos próximos anos. As que mais precisam desse artifício, pelo menos por enquanto, são as geradoras de energia e as transportadores, que emitem na atmosfera resíduos de combustíveis fósseis.

Ressurreição da OMC?

Depois do fracasso da reunião ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC) de Cancún, no fim do ano passado, os olhos dos organizadores e participantes do Fórum Econômico Mundial voltam-se para a possibilidade de que as negociações em torno de temas polêmicos, como os subsídios agrícolas de governos ricos especialmente Estados Unidos e Europa – a produtores e compras governamentais sejam retomadas em grande estilo.

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