Os servidores do Ministério do Trabalho e Emprego voltaram ao trabalho ontem, após cinco meses de greve. A decisão veio em uma assembleia realizada na semana passada que discutiu os rumos do movimento, após o Supremo Tribunal Federal (STF) considerar que a paralisação era legal.
No entanto, os servidores teriam que compensar os dias parados. Com isso, os funcionários decidiram voltar aos postos de trabalho. No retorno, várias reuniões foram promovidas para verificar como o atendimento e os serviços seriam retomados. Por causa da paralisação, mais de 50 mil carteiras de trabalho deixaram de ser emitidas no Paraná.
Para Elias Martins, superintendente estadual do MTE, a previsão é que nos próximos dias os serviços prestados sejam regularizados. “Na verdade nós sempre prestamos todos os atendimentos, mesmo que precariamente. Acredito que o nosso serviço seja normalizado nos próximos dias na medida em que os servidores iniciarem suas atividades propriamente ditas”, estima.
Os mutirões deverão acelerar os trabalhos atrasados. “Vamos permanecer em mutirão até recuperarmos o tempo perdido, especialmente pelas carteiras de trabalho que ficaram armazenadas pela falta de confecção”, ressalta.
Trabalhadores que precisam da emissão de carteira de trabalho ou dar entrada no seguro desemprego poderão procurar, na Grande Curitiba, as Ruas da Cidadania. “Esses convênios existem para facilitar a vida da população. Não é preciso vir de madrugada ou esperar na chuva para conseguir atendimento para esses serviços”, afirma.
No interior, litoral e regiões próximas à capital, Martins orienta a utilização das agências do MTE. Para serviços como a confecção de registros profissionais ou recursos ligados ao seguro desemprego ainda é preciso procurar a sede, na Rua José Loureiro, 574, Centro de Curitiba.
Em alerta
Apesar do encerramento da greve, a categoria permanece com as reivindicações de elaboração do plano de carreira dos servidores, melhores condições de trabalho e a criação de dois turnos de seis horas cada um.
“Já existem audiências marcadas com os ministérios do Trabalho e do Planejamento, mas sem agendamento”, comenta Jaqueline Mendes de Gusmão, diretora do Sindicato dos Servidores Públicos Federais em Saúde, Trabalho, Previdência e Ação Social do Estado do Paraná (Sindprevs-PR).
De acordo com ela, ainda é necessário definir como acontecerá a compensação do tempo parado. A decisão judicial prevê reposição de horas ou desconto de 10% do salário. Segundo Martins, ainda é impossível definir como será essa reposição.
“Os servidores sabem, acima de tudo, que essa é uma conta que precisa ser acertada. Mas ainda não recebemos nenhuma informação superior sobre como será feita essa reposição das horas não trabalhadas em decorrência da greve”, diz.