Doze empresas italianas buscam parceiros de pequeno e médio porte no Paraná nas áreas de metalurgia, metal-mecânico, alimentos e mármores e granitos. Os projetos de investimento no Brasil contam com incentivo financeiro da Comunidade Econômica Européia. Visando aproximar as empresas locais das italianas e promover rodadas de negócios entre elas, está prevista para novembro a viagem de uma comitiva de doze empresários paranaenses para a região de Modena, uma das mais industrializadas do Norte da Itália.
O foco do intercâmbio são empresas com faturamento a partir de R$ 200 mil anuais, que já operem no setor (com clientela formada) e dispostas a receber a tecnologia italiana. “Existem várias possibilidades de parcerias: os italianos podem entrar como sócios, constituir uma nova empresa (joint-venture) ou passar uma representação. Quem vai definir são as duas partes”, explica o consultor Sérgio Alexandre Centa, que atua na área de projetos de parceria com empresas italianas.
Empresas paranaenses com interesse nas parcerias podem procurar o consultor para uma exposição do projeto (contato pelo e-mail facenta@onda.com.br). As informações sobre o perfil da empresa são repassadas para uma rede de consultores na Itália, que por sua vez identifica possíveis parceiros interessados em investir naquele segmento no Brasil. O contato bilateral tem apoio da Câmara de Comércio de Modena – que pagará parte da hospedagem dos empresários brasileiros na missão de novembro – e da Câmara de Comércio Brasil-Itália.
O programa ECIP, da Comunidade Econômica Européia, concede incentivos para empresas italianas buscarem novos mercados, financiando projetos de pesquisas de mercado e desenvolvimento de produtos. “Para cada projeto aprovado, é disponibilizado EU$ 120 mil (cerca de R$ 350 mil) para as empresas italianas. Parte do recurso pode vir para o Brasil a fundo perdido”, comenta Centa. Essa verba pode ser aplicada tanto em investimento tecnológico quanto em capital, conforme o projeto.
As duas viagens de negócios já realizadas neste ano, levando empresários do Paraná para a Itália, já apresentam resultados. Uma construtora de Curitiba, com 80 funcionários, buscava uma parceria para adquirir um equipamento de manutenção de estradas. Na Itália, pagou um terço do valor de uma máquina similar norte-americana e ainda conseguiu a representação da fábrica para o Mercosul.
Oportunidades
Três empresas italianas estão imediatamente interessadas no mercado brasileiro: a Aprimatic, fabricante de fechaduras e portões eletrônicos, acionados por cartões magnéticos; a Tecnomac, fabricante de máquinas de corte a laser de mármores e granitos, com tecnologia própria e custo cerca de 45% menor que as similares americanas; e a Morselli & Macaferri, fabricante de máquinas e equipamentos para limpeza de estradas, ruas, e equipamentos com utilização na agricultura.
“Estamos finalizando negociações com uma empresa produtora e distribuidora de produtos alimentícios (óleos aromatizados com ervas, temperos em geral, molhos e massas) que tem interesse em exportar seus produtos para o Brasil, vendendo os mesmos em supermercados mercearias”, revela Centa. Os consultores dos projetos de parceria também procuram importadores de produtos brasileiros. “Os consultores italianos que trabalham em parceria com nossa equipe, estão visitando empresários italianos buscando possíveis compradores de produtos como própolis e aguardente”, conta.
Viagem
A missão empresarial para Modena sairá no dia 25 de novembro e terá duração de uma semana. Já estão confirmadas presenças de representantes de uma vinícola, uma produtora de softwares e uma empresa de tecnologia de móveis, todas da Região Metropolitana de Curitiba. O investimento na viagem gira em torno de U$ 1.300. A passagem custa U$ 750, podendo ser financiada em até doze parcelas. A hospedagem custa cerca de EU$ 45,00/dia, mais EU$ 50,00 com despesas de traslado e alimentação.
O trabalho dos consultores terá um custo de EU$ 250,00 por empresa participante, incluindo a busca de possíveis parceiros e acompanhamento dos empresários, com consultores bilíngües. Em caso de sucesso nas negociações, o empresário brasileiro pagará um percentual de 0,5% a 2,5% do valor dos investimentos pelo serviço de consultoria.