Empresas investem no capital humano

As empresas de médio e grande porte, que durante longos anos tiveram os gastos direcionados especialmente à modernização de processos e tecnologia, estão agora investindo em capital humano. A aposta é que funcionários motivados, capacitados e mais satisfeitos gerem maior rentabilidade dos negócios. É esta uma das principais conclusões da pesquisa ?Benchmarking de Gestão de Capital Humano?, que acaba de ser divulgada pela Deloitte, uma das maiores organizações do mundo na prestação de serviços de auditoria e consultoria empresarial.

A pesquisa foi realizada junto a 68 empresas (multinacionais e nacionais, públicas, mistas e privadas) de nove estados brasileiros, inclusive o Paraná, que participou com três empresas – duas multinacionais e uma nacional, cujos nomes são mantidos em sigilo pela Deloitte. Juntas, as 68 companhias empregam mais de 500 mil funcionários, sendo que mais de 88% delas apresentam faturamento líquido superior a US$ 70 milhões. Atuam nos setores de serviços (22%), metalúrgico (21%), químico (18%), energia (10%), automotivo, telecomunicações e tecnologia (9%), alimentício (7%) e comércio (4%).

Resultado

O desenvolvimento do capital humano apareceu no topo das prioridades no direcionamento dos investimentos em 2004, conforme o estudo: obteve 88,5% das preferências das companhias da amostra, superando o investimento em áreas como equipamentos, instalações e processos (81%) e Tecnologia da Informação (84%). Isso significa que os investimentos corporativos estão priorizando fatores como desenvolvimento de pessoal, capacitação, planos de carreira, novas formas de remuneração e horários mais flexíveis de trabalho.

Nesse sentido, a grande maioria das organizações (81%) já adotava no ano passado, por exemplo, programas voltados à melhoria da qualidade de vida de seu corpo funcional, contra 72% em 2003. Dentre as principais práticas adotadas pelas empresas para desenvolver qualidade de vida, estavam: cursos e palestras sobre temas diversos (79%); ginástica laboral (71%), acompanhamento ergonômico (60%), visita dos filhos dos empregados à empresa (52%), acompanhamento nutricional (37%), horário flexível (28%), massagem rápida-shiatzu (26%) e academia de ginástica (24%).

Outro procedimento consolidado no universo das empresas que desenvolvem as melhores práticas de gestão na área de recursos humanos é a elaboração de pesquisas de clima organizacional para detectar insatisfações que geram problemas internos, como baixa produtividade. Em 2002, o número de empresas que efetuava pesquisa de clima respondia, segundo a mesma pesquisa, por 28% do total. Em 2003, saltou para 54% da amostra e, em 2004, chegou a 73%.

A pesquisa apontou ainda um rejuvenescimento da força de trabalho. A média de idade em 2004 foi de 31,9 anos, contra 32,4 anos em 2003 e 35,9 anos em 2002. Também o tempo médio de permanência dos empregados nas empresas diminuiu: era de 7,9 anos em 2002, passou para 7,4 em 2003 e para 7,1 anos no ano passado.

Referencial

Para o gerente sênior da área de capital humano da Deloitte, Fábio Mandarano, a pesquisa serve como referência para grandes empresas. ?Esse estudo serve como um referencial para as empresas se posicionarem em relação ao mercado?, explicou, acrescentando que ainda há muito dúvidas relacionadas à área de recursos humanos. Segundo Mandarano, o investimento no treinamento e desenvolvimento das pessoas faz todo sentido. ?O investimento nas pessoas tem feito a diferença na competitividade de uma empresa com as demais?, afirmou, referindo-se a investimentos como bancar uma pós-graduação ou mestrado de funcionários.

As empresas selecionadas para a pesquisa, lembrou Mandarano, são aquelas consideradas ?de ponta?, incluídas no rol das 100 melhores para trabalhar no País e nas 500 maiores do Brasil.

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