Empresas incubadas sobrevivem mais tempo

Os parques tecnológicos que estão sendo incentivados em São Paulo e outros estados têm garantido a sobrevida de centenas de empresas. Enquanto as incubadoras paulistas, que já somam mais de 40, apresentam uma taxa de sobrevivência das empresas de base tecnológica superior a 70% em cinco anos de atividade, a maioria dos negócios independentes fecham suas portas muito antes.

Estudo divulgado pelo Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo) aponta uma taxa de mortalidade de 31% no primeiro ano e de 60% no período de cinco anos. A pesquisa, realizada com 1.700 empresas abertas entre 1997 e 2001, em 30 municípios paulistas, revela que quase a metade dos empresários que sucumbiram não tinham conhecimento suficiente de seu ramo de negócios.

?A inexperiência do empreendedor é uma das principais carências nacionais. Já as incubadoras oferecem um ambiente mais colaborativo, provendo a assistência necessária para minimizar os impactos socioeconômicos?, diz Sylvio Rosa, presidente da Fundação ParqTec, de São Carlos.

Além da falta de conhecimentos necessários, Rosa aponta a carência de mercados e as dificuldades em obter crédito como fatores determinantes para o insucesso nos negócios. ?Hoje, obter crédito é difícil e sai caro. O empresário encontra um ambiente hostil e, na maioria das vezes, tem de contar com seus próprios recursos, ou da família, para se manter ativo. Além disso, há uma enorme burocracia que impõe regras difíceis de serem cumpridas pelo pequeno empresário?, diz Rosa.

Para o fundador da primeira incubadora de empresas de base tecnológica da América Latina, ?a lei acaba excluindo o empresário e contribuindo para a informalidade. Há um conceito errôneo de que implementando diversas regras o consumidor estará mais protegido. A legislação vigente acaba acarretando perdas enormes, com custo social e financeiro?.

Rosa defende a modernização da legislação e a existência de um manual simplificado que permita ao empresário montar seu próprio negócio e se manter formalizado sem a necessidade de assessoria contábil. Esse conceito corrobora as estatísticas do estudo do Sebrae-SP quando apontam que, em 76% dos casos, os empresários que tiveram de encerrar suas atividades perderam tudo ou parte dos recursos investidos no processo de fechamento da empresa.

A esperança, para 2004, está concentrada na política industrial do governo, que está apostando nos setores de fármacos, software, máquinas e semicondutores. Por serem cadeias produtivas, vai haver um maior estímulo de pesquisas, investimentos, e geração de empregos. Nesse contexto, as incubadoras desempenham o papel de instrumentos de desenvolvimento regional, contribuindo com a capacitação profissional e a transferência de tecnologia baseada nas competências locais?, diz Sylvio Rosa.

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