Algumas empresas na Venezuela começaram a aumentar os preços, depois que o presidente Hugo Chávez desvalorizou a moeda local. Os aumentos abrem caminho para confrontações com autoridades, já que o presidente ordenou o fechamento das varejistas que tomassem essa atitude.
Empresas aéreas dobraram as tarifas já na segunda-feira, enquanto relatos oficiais indicam que grandes redes de lojas também aumentaram os preços. Na sexta-feira, Chávez anunciou que a moeda local será cotada a 4,30 bolívares para cada dólar para produtos “não essenciais” – o dobro da taxa até então em vigor. Para itens básicos, a taxa oficial será de 2,60 bolívares por dólar.
Uma onda de compras que começou depois que Chávez anunciou a desvalorização vem dando poucos sinais de que vai diminuir. Os venezuelanos continuam lotando shoppings e fazendo filas para comprar aparelhos domésticos e eletrônicos, que são vistos como uma proteção contra os esperados aumentos de preços.
Agências de viagem informaram que cresceu o número de pedidos de consumidores que tentam comprar bilhetes aéreos e descobrem que os preços já dobraram. Lojistas também estão elevando o valor de produtos de higiene pessoal, com temor de que os preços saltem já que as importações não essenciais agora pagarão a taxa de 4,30 bolívares por dólar.
“As pessoas estão certas em ficar com medo e ainda há muita incerteza no momento”, disse Roberto Leon Parilli, diretor da associação de proteção ao consumidor Anauco. Os aumentos de preço representam um problema para um país cuja economia está em declínio e cuja inflação anual está em torno de 27%, uma das mais altas do mundo. As informações são da Dow Jones.