Empresas norte-americanas se preparam para investir novamente após anos andando de lado e mesmo com a perspectiva de elevação dos juros no país.

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Executivos se tornaram mais otimistas com o crescimento, em parte antecipando estímulos fiscais e retrocessos regulatórios por parte do novo governo em Washington.

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Apesar de anos de juros próximos a zero, muitas grandes companhias norte-americanas preferiram guardar dinheiro ou investi-lo em produtos mais seguros desde a recessão causada pela crise financeira de 2008. Algumas, como a General Motors ou a ferroviária CSX, emprestaram para melhorar o balanço de planos de pensão. Outras, como a Home Depot e a Yum Brands utilizaram o dinheiro mais barato para comprar de volta as ações. Nesse meio tempo, o investimento em maior capacidade produtiva esteve longe de ser generalizado.

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“Podemos estar próximos de um crescimento significativo (do investimento)”, disse Charles Mulford, professor de contabilidade do Georgia Institute of Technology, em Atlanta.

A companhia de aço Klöckner, que gera cerca de 40% de sua receita em instalações nos Estados Unidos, esperar elevar o investimento em maquinário no próximo ano. A companhia alemã postergou esses investimentos quando a crise desacelerou a demanda de clientes industriais.

A alta dos juros não deve interferir com os investimentos planejados, disse Gisbert Rühl, presidente do conselho da Klöckner. “Se precisarmos pagar 100 pontos base a mais, isso não é uma questão para nós”, disse. “Mesmo 200 pontos base a mais não são uma questão… ainda é barato.” As autoridades do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) assinalaram, em dezembro, que esperam elevar os juros em 0,75 ponto porcentual este ano.

O otimismo renovado pode significar que os Estados Unidos devem emergir de um padrão que tem frustrado o usual ciclo de investimento das empresas. Durante o período de baixa, muitas costumavam cortar investimento em ativos físicos, mas voltavam a fazê-lo assim que a economia dava sinais de melhora.

O investimento das empresas do S&P 500 caiu mais de 17% nos doze meses após o colapso do Lehman Brothers, em 2008. No entanto, mesmo com a recuperação da economia, o total investido só foi recuperar o nível pré-crise em três anos.

Companhias viam poucas razões para investir quando o crescimento norte-americano era débil. O avanço trimestral do Produto Interno Bruto (PIB) se manteve em cerca de 1,5% anualizado desde a quebra do Lehman, metade da média de 3,0% registrada desde a década de 1930.

Outro problema foi a resistência entre líderes corporativos de reduzir a taxa mínima de retorno sobre investimento que eles aceitariam sobre novos investimentos, por temerem a reação de investidores.

“Se os retornos estão baixos e essa taxa mínima não mudou, você para de investir”, disse William Plummer, diretor-financeiro da United Rentals.

Ao invés disso, muitas empresas preferiram buscar alternativas mais seguras. Apenas em 2015, as empresas listadas no Russell 3000 compraram o equivalente a US$ 700 bilhões em suas próprias ações, de acordo com o dados da Birinyi Associates. No ano passado até novembro, elas gastaram outros US$ 488 bilhões em “buybacks”.

“As empresas simplesmente ainda não se ajustaram a um mundo de juros baixos”, disse Paul Ashworth, economista-chefe dos Estados Unidos para a Capital Economics. “Elas ainda buscam retornos de 5% ou até 10% sobre projetos de investimento, sem perceber que o custo de empréstimo atualmente é muito menor”.

Algumas companhias continuam prometendo retornos em linha com os vistos antes da crise financeira. A General Eletric, por exemplo, condicionou o pagamento de bônus a seus executivos por uma taxa de retorno sobre capital de 16% a 18% além de outras medidas. Fonte: Dow Jones Newswires.