As empresas têm posições diferentes em relação às investigações no FI-FGTS. Algumas confirmaram e ampliaram as denúncias de Fábio Cleto, ex-vice-presidente da Caixa que participou do esquema de cobrança de propinas. Trechos das 77 delações da Odebrecht, dentro da Lava Jato, narraram casos de pagamento de propina a políticos com trânsito na Caixa e também a conselheiros do fundo nas negociações para obter recursos do FI para diferentes negócios do grupo, como Santo Antônio Energia. Em nota ao jornal O Estado de S. Paulo, a Odebrecht declarou que está colaborando com a Justiça no Brasil e em vários países.
A delação de Joesley Batista, da J&F, segue na mesma linha e fornece detalhes adicionais sobre cobrança de propinas no financiamento para a Eldorado e transações com a Caixa. Segundo a assessoria do grupo, “os colaboradores já apresentaram informações e documentos à Procuradoria-Geral da República e continuam à cooperando”.
Acionista
A Brado Logística está numa posição diferente. Em nota, explica que as denúncias são anteriores à mudança de controle da empresa, em maio de 2015. A nova gestão instaurou uma auditoria para avaliar os contratos e colaborar com as autoridades.
A Prumo Logística se encontra em situação similar. Desde 2013, a companhia possuiu um novo controlador, e Eike Batista possui atualmente somente 0,19% do capital da empresa. Em nota, declarou desconhecer qualquer tipo de irregularidade na contratação do empréstimo do FI-FGTS, feito pela empresa LLX em 2012. Mas reforçou que o empréstimo foi concedido de acordo com as condições de mercado da época e todo o montante (R$ 750 milhões) foi integralmente investido na construção da infraestrutura do Porto do Açu, incluindo dragagem, cais e canal de acesso.
A Invepar declarou que soube das denúncias de cobrança de propina para o Metrô do Rio pela imprensa. Realizou auditoria interna e contratou uma empresa internacional para uma auditoria independente. “Nenhuma das duas investigações identificou dentro da Invepar evidências de ilícitos, suborno ou corrupção na obtenção e utilização dos recursos”, disse a empresa em nota ao Estado.
O Comporte disse que “segue colaborando com as autoridades para o total esclarecimento dos fatos”. O grupo é acionista do Splice, controlador da BR Vias, concessionária da Via Randon, que recebeu recursos do FI-FGTS.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.