Depois da inauguração da indústria farmacêutica alemã Hexal em Cambé, no Norte do Paraná, a americana Exxon Mobil anunciou a instalação de um dos seus cincos centros administrativos em Curitiba. Após uma seleção entre 20 cidades do mundo todo, a capital do Paraná foi escolhida e cerca de 700 pessoas já foram contratadas, a grande maioria moradores de Curitiba. “A escolha do Paraná pela Exxon Mobil derruba a tese que há no Estado o ?risco Requião?”, afirmou o economista Gilmar Mendes Lourenço, coordenador do Núcleo de Análise de Conjuntura do Ipardes.
Segundo Lourenço, a tese que relaciona a contestação e renegociação dos contratos com multinacionais realizadas pelo governador Roberto Requião com o afastamento de investimentos externos é desmentida com a instalação de duas empresas de grande porte no Estado. “A confiança em um governo responsável como fator para atração de novos investimentos é tão importante quanto a localização geográfica estratégica, infra-estrutura e qualidade de mão-de-obra oferecidas pelo Paraná”, destacou.
A Exxon Mobil é a maior empresa privada de petróleo do mundo e opera em 200 países. Além da marca Mobil, incorporada ao seu nome, o grupo tem como afiliada a Esso do Brasil. O economista considera a instalação no Estado da unidade responsável pela operação da companhia em 29 países um exemplo de que o Paraná não está espantando investimentos externos. “Pelo contrário, o fato de romper e renegociar contratos que podem comprometer as contas públicas leva o investidor a confiar na capacidade de negociação do Estado. Ou seja, ele pode acreditar que o incentivo oferecido não vai comprometer a capacidade do Estado de investir na infra-estrutura necessária para a empresa”, explicou.
Hexal
No último dia 15, o governador Roberto Requião inaugurou em Cambé, no Norte do Paraná, a maior unidade da Hexal fora de seu país de origem, a Alemanha. Após o investimento de R$ 120 milhões, a empresa farmacêutica instalou-se numa área de 300 mil metros quadrados e passou a gerar 550 empregos diretos. Os benefícios oferecidos pelo programa Bom Emprego Fiscal, que difere o pagamento do ICMS para empresas que se instalarem no interior do Estado, foi um dos maiores atrativos para a multinacional escolher o Paraná.
A Hexal foi também uma das 19 empresas beneficiadas com a implantação de um acesso rodoviário às margens da PR-445, no parque industrial de Cambé, município vizinho a Londrina. A obra teve 90% do valor foi financiado pelo governo do Estado. “O acesso deve incentivar a atração de novas indústrias para o município”, disse o prefeito de Cambé, José do Carmo Garcia.
A previsão é de que o número de empregos e a produção da indústria cresçam 30% depois de um ano de atividades. A empresa, que pretende atender todo mercado nacional e exportar, é especializada em medicamentos genéricos e fitoterápicos e fabrica 64 diferentes produtos. Empregando cerca de 5.900 profissionais no mundo, a empresa foi fundada em 1986 na Alemanha e tem registrado um crescimento de cerca de 20% ao ano. O faturamento em 2003 foi calculado em 1,12 bilhão de euros. (AEN)
BB instala centro de atendimento
Em abril de 2003 o Banco do Brasil escolheu o Paraná para instalar o “Call Center – Central de Atendimentos do Banco do Brasil”, um centro de telefonia que vai atender toda demanda do País através de um telefone 0800. O empreendimento deverá gerar 3.900 empregos em São José dos Pinhais, num investimentos de R$ 37 milhões até o final de 2005.
Além da geração de empregos, estão entre os benefícios da vinda da central para o Paraná o aumento da arrecadação regional e estadual através dos prestadores de serviço do empreendimento, a garantia de investimentos futuros em infra-estrutura para suportar a continuidade da atividade na região e o aumento da projeção nacional do Estado e do município.
Ligações referentes a procedimentos bancários, dúvidas e consultas, que atualmente são recebidas pelas agências bancárias de cada estado, cairão na central paranaense. “O projeto é inédito, considerando a dimensão do atendimento”, afirmou o superintendente estadual do Banco do Brasil, Edemar Mombach.
