Empresas de transporte de cargas brasileiras que operam na Argentina têm enfrentado uma série de dificuldades. Além do câmbio desfavorável, com o dólar em baixa, o preço do óleo diesel é desigual para transportadores argentinos e estrangeiros. Para piorar a situação, por decreto do presidente Néstor Kirchner, as transportadoras argentinas estão isentas de pagar pedágio no País desde abril. A isenção não vale para estrangeiros.
?O comércio bilateral entre Brasil e Argentina é muito intenso. As montadoras automotivas, de maneira geral, mandam veículos para a Argentina. Também é grande o comércio de auto-peças, linha branca (eletrodomésticos)?, destacou Fernando Klein Nunes, presidente do Setcepar (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Paraná).
Segundo Nunes, a Associação Nacional das Empresas de Transporte de Cargas já encaminhou ofício à ANTT (Associação Nacional de Transportes Terrestres) solicitando providências. ?Teria que ser via Itamaraty, já que se trata de relação internacional?, comentou.
O presidente do Setcepar preferiu não falar dos prejuízos em números, mas afirmou que uma carreta brasileira paga, em média, US$ 58 em pedágios na Argentina – o valor corresponde, aproximadamente, a 4% do valor do frete. ?Esse tratamento diferenciado tira a competitividade da transportadora de cargas brasileira?, comentou. Segundo ele, as medidas protecionistas do governo argentino prejudicam o livre comércio entre os países do Mercosul. ?O Brasil, caso não tenha sucesso negociando diplomaticamente, deveria tomar ações semelhantes para salvaguardar os empresários brasileiros?, afirmou.