Balanços financeiros das empresas de ônibus de Curitiba colocam em dúvida o real faturamento do setor. A suspeita é de que empresários estão utilizando empresas menores, do mesmo grupo familiar, para drenar lucros e mascarar a situação financeira das empresas. A revelação foi feita na edição de ontem da Gazeta do Povo, que ouviu auditores que participam das comissões da tarifa.
“Os empresários pegam o lucro das captadoras (empresas de ônibus) e transferem para essas empresas de participação. Por isso os balancetes das viações estão sempre deficitários”, disse um dos integrantes das comissões que apura irregularidades na concessão há dois anos.
Os balancetes das viações de dezembro de 2010 a junho de 2013 têm movimentações com outras empresas da família Gulin que ultrapassam R$ 55 milhões. As movimentações vão na contramão do alegado prejuízo do setor. Segundo os empresários, o déficit atual é de R$ 760 milhões.
Os R$ 55,6 milhões movimentados entre as viações e as holdings da família Gulin bancariam o ano inteiro do subsídio pago pelo governo do estado para manter a integração tarifária das linhas metropolitanas em 2014. O valor também pagaria 45 dias de trabalho para todos os 13 mil cobradores e motoristas da RIT.
Outro lado
Em nota, o sindicato das empresas afirma que as conclusões apontadas pelas comissões são “precipitadas e decorrem de interpretação errônea dos balanços das empresas”. Segundo as empresas, a concessão do transporte gera prejuízos ao setor.