Empresas da Eletrobrás levam sete lotes em leilão

A Eletrobrás pode ser considerada a grande vencedora do leilão de linhas de transmissão de energia realizado hoje pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro. As empresas controladas pela estatal de energia arremataram – sozinhas ou em consórcio – sete dos 12 lotes ofertados e que deverão gerar investimentos de R$ 1,787 bilhão nos próximos dois anos na construção de novas linhas nos Estados do Acre, Alagoas, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia e São Paulo.

Apenas a subsidiária Chesf, que atua na região Sul do País, disputou sozinha os dois lotes que arrematou. Eletronorte, que atua na região Norte, e Furnas, nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, levaram três e dois lotes, respectivamente, e formaram parcerias com grupos nacionais e espanhóis e não foram as operadoras nos consórcios em que participaram, apesar de terem uma participação individual (49%) superior a dos demais sócios.

O fato de a Eletrobrás não ser o acionista majoritário dos consórcios levou o secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, a afirmar que “houve uma forte participação de grupos privados no leilão”.

Em entrevista à imprensa após o término do leilão, Zimmermann reagiu indignado ao ser indagado sobre a presença maciça da estatal nas propostas apresentadas. “Isso não existe e desde o último leilão vocês (jornalistas presentes) insistem em ver um direcionamento. As estatais sempre participam em consórcios minoritários”. O secretário foi rapidamente auxiliado pelo diretor de Finanças da Eletronorte, Ademar Palocci, que afirmou que “não há qualquer problema das estatais participarem do leilão, já que há um cenário de total transparência na sua realização”. Zimmermann também negou que houve influência da crise econômica mundial na participação das companhias estrangeiras no leilão. Ele destacou que a maior parte do financiamento será feita pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

O deságio médio de 20% registrado no certame foi considerado pelo secretário como bastante razoável. Segundo a Aneel, a redução em relação aos primeiros leilões realizados três anos atrás (que chegaram a 40%) pode ser atribuída principalmente aos ajustes que a Aneel vem fazendo na cotação das obras a serem leiloadas. De acordo com a Aneel, os ajustes que vêm sendo feitos tornam a receita anual sugerida mais próxima da realidade.

Além do grupo Eletrobrás, também teve participação expressiva, a Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP), que tem capital colombiano. O presidente da CTEEP, César Ramirez, disse que o investimento no Brasil é uma prioridade da empresa. “O mercado brasileiro trabalha com previsões de demanda bastante seguras, o que torna o sistema de transmissão bastante eficiente”, disse em entrevista à imprensa.

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Maurício Tolmasquim, destacou a importância de algumas das linhas leiloadas hoje, como a que está localizada em Foz do Iguaçu (vencida pela Copel), que garante um aumento do suprimento ao Sul do País, hoje com a capacidade de recepção da energia do Sudeste já no seu limite.

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