Até 15 de dezembro, todas as empresas certificadas pela norma ISO 9000/ versão 1994 terão que atualizar seus sistemas de gestão de qualidade (SGQ) para a versão 2000. A migração é uma determinação da ISO (International Organization for Standardization). Dados do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia) mostram que apenas 19,61% (892) dos 4.547 certificados de qualidade emitidos no País -dentro do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade (SBAC) – já correspondem à nova versão. Somando os certificados válidos que não integram o SBAC, o total passa para 5.731.
No Paraná, somente 16% das 400 empresas certificadas já tinham feito o upgrade da norma até outubro do ano passado, conforme levantamento do BVQI (Bureau Veritas Quality International), líder brasileiro em certificações ISO 9000.
“A nova versão leva em conta aspectos da gestão do sistema enquanto a versão 94 é mais focada no processo para o produto”, explica José Luís Möllmann, gerente regional do BVQI Brasil para a Região Sul. Ele salienta que as ênfases da nova versão, lançada em dezembro de 2000, são: satisfação do cliente, indicadores de desempenho, processo de gestão e melhoria. “Diferentemente da versão 94, esta é uma norma pró-ativa. Não basta implantar o sistema e deixar rodando. A empresa precisa evidenciar que está preocupada em melhoria, em diminuir o retrabalho e o desperdício, melhorar a performance e qualificar os trabalhadores”, observa.
No dia 15 de dezembro, acaba o prazo de três anos concedido pela ISO para a migração. “No dia 16 de dezembro, a certificação na versão 94 deixa de existir porque perde a validade. A empresa que não fizer a atualização, não estará mais certificada”, ressalta Möllmann, acrescentando que a penalidade a quem não fizer o upgrade será dada pelo mercado.
Embora a migração pudesse ser feita de forma gradual, durante as auditorias semestrais, muitas empresas deixaram para a última hora. O BVQI estima que cerca de 60% das empresas certificadas ainda necessitam fazer o upgrade da norma. O prazo médio para a adaptação gira em torno de seis a oito meses, chegando, no máximo, a um ano. “Tem empresas que ainda não solicitaram a proposta de migração e, provavelmente, terão problemas porque o volume de trabalho está muito grande”, destaca. Apesar de algumas empresas acreditarem na prorrogação do prazo de validade da versão 94, Möllmann diz que não há informações de que isso possa ocorrer. O custo da migração varia conforme o porte da empresa.
Mercado
De acordo com o estudo do BVQI, o Paraná é o quarto Estado em número de certificações no País. Com 6,98% do total, está atrás de São Paulo, que concentra mais da metade dos sistemas de qualidade (51,34%), pouco abaixo de Minas Gerais (8,12%) e quase empatado com o Rio Grande do Sul (7,07%). O Rio de Janeiro, quinto colocado, detém 6,06% das certificações.
No Brasil, produtos metálicos (14%) e outros serviços (12%) possuem o maior número de certificações ISO 9000, seguido de eletro-eletrônicos e equipamentos óticos (10%), químico e fibras (9%) e transporte, armazenamento e comunicação (9%). No Paraná, o maior número de certificados está presente na cadeia automotiva (36), vindo na seqüência eletro-eletrônicos e equipamentos óticos (27), químico e fibras (24), máquinas e equipamentos (14), alimentos, bebidas e fumo (7) e petróleo (4).