Os dados do emprego na indústria paulistana até agosto não são animadores, avalia a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Com uma queda de 0,30% no índice emprego ante julho, com ajuste sazonal, o setor sinaliza que cansou de segurar os funcionários mesmo com uma demanda fraca, aponta o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp, Paulo Francini, em nota.

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“As empresas estão um pouco mais cansadas dessa espera e resolveram promover um ajuste que deve prosseguir. Houve aumento de estoques, o que significa frustração de vendas. Então, se há frustração, você resolve ajustar”, afirmou Francini.

O índice do nível atividade da indústria paulista, também apurado pela Fiesp, caiu 1,6% em julho ante junho. Francini já alertou que uma alta no ano ainda não será capaz de recuperar a queda que o setor sofreu em 2012.

Na comparação com julho, a indústria paulista demitiu 14,5 mil funcionários e, ante agosto de 2012, a queda é ainda maior, de 39,5 mil. O oitavo mês do ano, junto com setembro e outubro, costuma ser um período positivo para o emprego na indústria. Com o resultado de 2013, a sinalização não é boa para o restante do ano. “Falamos em 10 mil a 15 mil empregos gerados em 2013 depois de uma perda de 54 mil em 2012. Mas se tivesse de fazer alguma correção seria para pior do que foi antes anunciado”, afirmou.

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A previsão era de alta de 0,4% na geração de emprego no setor, mas agora a Fiesp acredita que o número vai se aproximar da estabilidade. Para o diretor do Depecon, a perspectiva de 0,4% no atual cenário “passa a ser otimista”. De janeiro a agosto, a indústria paulista criou quase 40 mil empregos, mas a instituição alerta que pelo menos 20 mil são devolvidos até o final do ano pelo setor sucroalcooleiro.

Ainda que o cenário seja mais favorável para a indústria em 2014, o emprego no setor deve demorar pelo menos seis meses para se recuperar, aponta a Fiesp. A taxa de câmbio próxima a R$ 2,20, segundo Francini, é positiva para a indústria mas só deve surtir maiores efeitos no ano que vem. “A partir do momento que começar a crescer a atividade da indústria, esse crescimento demora seis meses para chegar ao emprego”, reforçou o diretor.

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