A queda das importações é um termômetro dos problemas conjunturais do País e mostra que as empresas estão adiando investimentos, avalia o diretor da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro. Segundo ele, o desaquecimento da economia interna, a alta do dólar e a incerteza em relação ao resultado das eleições estão provocando uma redução generalizada nas importações dos principais produtos da pauta de compras externas do País.

Somente no segmento de bens de capital, a queda chegou a 24,99% nos cinco primeiros meses do ano, o que para ele ?revela claramente? que há redução do nível de atividade nas empresas, o que poderá resultar em agravamento do desemprego.

Dez dentre os 12 maiores grupos do ranking das importações vêm apresentando resultados negativos, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). A redução no primeiro semestre atingiu todas as categorias de uso. No acumulado de janeiro a maio, houve queda em bens de capital (-24 99%), bens de consumo duráveis (-37,04%), matérias-primas e produtos intermediários (-23,6%) e não-duráveis (-9,8%).

Os resultados de junho da balança comercial, divulgados ontem (1), apontam uma queda acumulada de 22,6% nas importações no primeiro semestre, ante igual período do ano passado. O detalhamento por produtos e países só será divulgado em torno do dia 20.

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