Dirigentes de entidades empresariais que mantêm comércio com a Venezuela estiveram nesta terça-feira (16) com os presidentes da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), e o interino do Senado, senador Tião Viana (PT-AC), para pedir a aprovação do protocolo que irá autorizar o ingresso da Venezuela no Mercosul. Esse protocolo deve ser votado pela Comissão de Relações Exteriores da Câmara no próximo dia 24. Em seguida, o documento terá que ser submetido à Comissão de Constituição e Justiça para depois passar pelo plenário da Câmara. Só então será encaminhado ao Senado.
O presidente da Câmara Venezuelana-Brasileira de Comércio e Indústria, José Francisco Marcondes Neto, ressaltou que o ingresso no Mercosul é importante para o Norte e o Nordeste do Brasil. "O Mercosul tem beneficiado o bloco Sul e Sudeste. Para que o Norte e o Nordeste se insiram no Mercosul, é necessário o ingresso da Venezuela e, posteriormente, dos demais países andinos", afirmou Marcondes Neto, ao sair do encontro com Chinaglia e Tião Viana. Ele disse que o comércio entre Brasil e Venezuela está na ordem de US$ 4,5 bilhões por ano, mas se trata em grande parte, de exportações brasileiras. Entre os produtos exportados pelo Estado do Amazonas, por exemplo, estão aparelhos celulares, televisores e produtos eletroeletrônicos.
O deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que acompanhou o grupo de dirigentes empresariais, disse que não vê dificuldades na aprovação do ingresso da Venezuela no Mercosul, porque se trata de assunto de interesse dos dois países. "A integração é de dois povos, e não de dois presidentes", afirmou Rebelo, ao ser questionado sobre as dificuldades políticas por causa de declarações do presidente venezuelano, Hugo Chávez.
O relator do protocolo na Comissão de Relações Exteriores, deputado doutor Rosinha, disse que a resistência ideológica contra a entrada da Venezuela já foi superada. Ele acredita na aprovação da proposta na próxima semana. "O PSDB tinha se esquecido de falar com os empresários brasileiros", provocou Rosinha, referindo-se à resistência dos tucanos. O relator acredita na possibilidade de aprovação ainda neste ano pelo Congresso do ingresso da Venezuela no Mercosul.
