De alimentos a automóveis, todo produto carrega no preço final uma percentagem de imposto. Em alguns, isso chega a representar até mais de 80%. Muitas pessoas não sabem disso. As que sabem não imaginam quanto chegam a pagar de imposto pela aquisição. Para orientar a população sobre esse impacto da carga tributária, o Conselho de Jovens Empresários da Associação Comercial do Paraná (ACP) montou, ontem, na XV de Novembro, em Curitiba, o ?Feirão do Imposto?.
A ação, ontem, foi feita simultaneamente em todo o País. Era parte da mobilização da Confederação Nacional dos Jovens Empresários (Conaj). Em Curitiba, na banca montada em frente à ACP, os produtos foram expostos com etiquetas que mostravam o preço final e a carga de tributos incidente sobre ele. Sobre o preço de uma moto, por exemplo, em torno de R$ 8 mil, quase 50% era de impostos. No cigarro chegava a 81% e em um vestido, 35%. Próximo ao estande, o impostômetro, aparelho que media o quanto de imposto já foi pago pelos brasileiros, este ano, até aquele momento mostrava uma quantia bastante alta: passava de R$ 700 bilhões.
Como explica a presidente do conselho da ACP, Adriane Curi, a atividade tem caráter educativo. ?Saber quanto pagam de imposto sobre o produto ou serviço que adquirem é um direito constitucional das pessoas. Ainda não é obrigação, mas já existem projetos para que isso seja alterado. Nosso objetivo aqui, hoje, é conscientizar a população para que esta passe a exigir mais justamente porque paga imposto, sobre tudo?, esclarece.
De acordo com a jovem empresária, o percentual médio de imposto varia entre 34% e 65%. ?É muito. Pense que no refrigerante que todo dia, todo mundo toma, a incidência dos impostos chega a quase metade do preço final. Em um carro popular isso representa 44%. As pessoas precisam ter consciência disso para que possam cobrar dos governantes?, diz ela.